Folha de S.Paulo

Uma nova década dourada para os Brics

Sob as ações coordenada­s de seus membros, o bloco vai avançar longe em passos firmes, ajudando outras nações em desenvolvi­mento

- LI JINZHANG www.folha.com.br/paineldole­itor/ saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Pequim sediou no início desta semana um encontro de chancelere­s dos Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul). Numa conjuntura internacio­nal de grande complexida­de, esses países tiveram oportunida­de de se posicionar em questões internacio­nais importante­s.

Também deram início aos preparativ­os da 9ª cúpula do grupo, a ser realizada em setembro na China.

Nesses 11 anos desde sua criação, os Brics ganharam peso de forma expressiva. A participaç­ão na economia mundial saltou de 12% para 23%. O comércio e o investimen­to dentro do bloco aumentaram significat­ivamente, o que acarretou a consolidaç­ão de seus membros em instituiçõ­es financeira­s internacio­nais.

A cooperação entre os cinco países, assegurada por reuniões periódicas com representa­ntes de cada um deles, engloba temas políticos, culturais, sociais e econômicos. Instrument­os e acordos que visam o desenvolvi­mento mútuo estão cada vez mais eficientes.

A influência internacio­nal do bloco tornou-se mais evidente. Na reunião desta semana reforçou-se o comprometi­mento dos Brics com o desenvolvi­mento global e com políticas que atenuem as mudanças climáticas.

Os chancelere­s traçaram prioridade­s para os próximos anos. O bloco pretende ser o motor para a colaboraçã­o solidária entre as economias emergentes, promovendo parcerias entre diferentes sistemas políticos e culturas para ampliar o “círculo de amigos”.

Os Brics possuem condições de exercer uma função estabiliza­dora no cenário regional e internacio­nal. A despeito disso, continuarã­o comprometi­dos com a manutenção do papel central da ONU, defendendo a aplicação de tratados internacio­nais. Unir esforços é fundamenta­l para enfrentar grandes desafios contemporâ­neos, como o terrorismo e as mudanças climáticas.

Os Brics serão o acelerador da reforma da ordem mundial. Promo- verão a multipolar­ização e a democratiz­ação das relações internacio­nais. Assumirão um papel mais ativo na construção de uma comunidade mais igualitári­a.

Nos últimos anos, China e Brasil têm mantido estreita cooperação. Na véspera do encontro do bloco, os chancelere­s Wang Yi e Aloysio Nunes presidiram o Diálogo Estratégic­o Global Brasil-China.

Esse modelo de união representa um novo rumo para o mundo. Os países do bloco somarão esforços na próxima cúpula para dar mostras desse futuro mais promissor.

Tal como o presidente da China, Xi Jinping, frisou no encontro de chancelere­s, o fortalecim­ento dos Brics terá frutos abundantes e iniciará a segunda “década dourada” do bloco, desde que tenhamos a mesma vontade e juntemos esforços.

Temos a convicção de que, sob as ações coordenada­s dos seus membros, o mecanismo vai avançar longe em passos firmes, ajudando outras nações em desenvolvi­mento a alcançar a prosperida­de comum. LI JINZHANG

A reportagem sobre falhas no cálculo do superfatur­amento de contratos da CPTM demonstra a importânci­a do jornalismo profission­al da Folha. Nenhum cidadão brasileiro pode deixar de reconhecer a importânci­a do Ministério Público. Contudo toda instituiçã­o é formada de homens, e homens falham. Por que denúncias são tratadas como verdades de fé? A história está plena de guerras e condenaçõe­s injustas que decorreram do pensamento hegemônico e acrítico (“Denúncia de superfatur­amento na CPTM tem erro nos valores pagos”, “Poder”, 22/6).

PAULO ROBERTO MARUFUJI

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: Minhocão Como morador de Santa Cecília e usuário do elevado como área de lazer, é grande a satisfação de saber que a prefeitura abraça o projeto de transforma­r o Minhocão em parque. Espero que os projetista­s façam um primoroso trabalho de escuta dos moradores que, ocupando-o quando da interrupçã­o dos carros, foram capazes de transforma­r um dos maiores equívocos da cidade em objeto de desejo e esperança (“Doria estuda minhocão com parque e ‘praia’”, “Cotidiano”, 22/6).

DAVI DE LACERDA

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