Uma nova década dourada para os Brics
Sob as ações coordenadas de seus membros, o bloco vai avançar longe em passos firmes, ajudando outras nações em desenvolvimento
Pequim sediou no início desta semana um encontro de chanceleres dos Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul). Numa conjuntura internacional de grande complexidade, esses países tiveram oportunidade de se posicionar em questões internacionais importantes.
Também deram início aos preparativos da 9ª cúpula do grupo, a ser realizada em setembro na China.
Nesses 11 anos desde sua criação, os Brics ganharam peso de forma expressiva. A participação na economia mundial saltou de 12% para 23%. O comércio e o investimento dentro do bloco aumentaram significativamente, o que acarretou a consolidação de seus membros em instituições financeiras internacionais.
A cooperação entre os cinco países, assegurada por reuniões periódicas com representantes de cada um deles, engloba temas políticos, culturais, sociais e econômicos. Instrumentos e acordos que visam o desenvolvimento mútuo estão cada vez mais eficientes.
A influência internacional do bloco tornou-se mais evidente. Na reunião desta semana reforçou-se o comprometimento dos Brics com o desenvolvimento global e com políticas que atenuem as mudanças climáticas.
Os chanceleres traçaram prioridades para os próximos anos. O bloco pretende ser o motor para a colaboração solidária entre as economias emergentes, promovendo parcerias entre diferentes sistemas políticos e culturas para ampliar o “círculo de amigos”.
Os Brics possuem condições de exercer uma função estabilizadora no cenário regional e internacional. A despeito disso, continuarão comprometidos com a manutenção do papel central da ONU, defendendo a aplicação de tratados internacionais. Unir esforços é fundamental para enfrentar grandes desafios contemporâneos, como o terrorismo e as mudanças climáticas.
Os Brics serão o acelerador da reforma da ordem mundial. Promo- verão a multipolarização e a democratização das relações internacionais. Assumirão um papel mais ativo na construção de uma comunidade mais igualitária.
Nos últimos anos, China e Brasil têm mantido estreita cooperação. Na véspera do encontro do bloco, os chanceleres Wang Yi e Aloysio Nunes presidiram o Diálogo Estratégico Global Brasil-China.
Esse modelo de união representa um novo rumo para o mundo. Os países do bloco somarão esforços na próxima cúpula para dar mostras desse futuro mais promissor.
Tal como o presidente da China, Xi Jinping, frisou no encontro de chanceleres, o fortalecimento dos Brics terá frutos abundantes e iniciará a segunda “década dourada” do bloco, desde que tenhamos a mesma vontade e juntemos esforços.
Temos a convicção de que, sob as ações coordenadas dos seus membros, o mecanismo vai avançar longe em passos firmes, ajudando outras nações em desenvolvimento a alcançar a prosperidade comum. LI JINZHANG
A reportagem sobre falhas no cálculo do superfaturamento de contratos da CPTM demonstra a importância do jornalismo profissional da Folha. Nenhum cidadão brasileiro pode deixar de reconhecer a importância do Ministério Público. Contudo toda instituição é formada de homens, e homens falham. Por que denúncias são tratadas como verdades de fé? A história está plena de guerras e condenações injustas que decorreram do pensamento hegemônico e acrítico (“Denúncia de superfaturamento na CPTM tem erro nos valores pagos”, “Poder”, 22/6).
PAULO ROBERTO MARUFUJI
LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: Minhocão Como morador de Santa Cecília e usuário do elevado como área de lazer, é grande a satisfação de saber que a prefeitura abraça o projeto de transformar o Minhocão em parque. Espero que os projetistas façam um primoroso trabalho de escuta dos moradores que, ocupando-o quando da interrupção dos carros, foram capazes de transformar um dos maiores equívocos da cidade em objeto de desejo e esperança (“Doria estuda minhocão com parque e ‘praia’”, “Cotidiano”, 22/6).
DAVI DE LACERDA