Folha de S.Paulo

TRF eleva em 15 anos pena de ex-sócio da Engevix

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por outro lado, reconheceu o erro. Numa mensagem por celular enviada à reportagem, disse que os deputados do PSOL “só foram na unidade [Bangu 8], mas não tiveram contato com os presos”.

Em 28 de maio, Cabral foi transferid­o de Bangu 8 para um presídio em Benfica, na zona norte do Rio.

Também há questionam­entos com relação aos registros de visitas feitas a outros presos da Lava Jato.

Verônica Fernandes Vianna é mulher do ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, preso em 11 de abril por acusações envolvendo desvios de verba pública no Instituto Nacional de Traumatolo­gia e Ortopedia (INTO).

Ela aparece, porém, nos documentos como “esposa” de Sérgio de Castro Oliveira, a quem teria visitado em 17, 20 e 27 de maio.

Oliveira, conhecido como “Serjão”, foi preso em 26 de janeiro, apontado como operador financeiro de Cabral e do empresário Eike Batista. O advogado Gustavo Teixeira, que atende a Côrtes, diz que ela esteve em Bangu 8 para ver seu marido, não “Serjão”.

As falhas se somam a problemas revelados pela TV Globo em 28 de maio. Reportagem da emissora mostrou que duas páginas do livro de controle de visitas do presídio onde o ex-governador e outros presos da Lava Jato no Rio estavam detidos haviam sido arrancadas.

(LEANDRO RESENDE E JULIANA DAL PIVA)

Tribunal endurece punição dada por Moro

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu aumentar em 15 anos a pena de prisão imposta ao ex-sócio da empreiteir­a Engevix Gerson Almada, que tinha sido condenado na primeira instância pelo juiz Sergio Moro.

Com a decisão, tomada na quarta (21), a pena de Almada para os crimes de corrupção ativa, lavagem e participaç­ão em organizaçã­o criminosa passou de 19 anos de prisão para 34 anos e 20 dias.

Conforme entendimen­to do Supremo Tribunal Federal, o empresário terá que começar a cumprir a pena a partir do momento em que não houver mais recurso no TRF. A defesa ainda pode recorrer com embargos na própria corte.

Almada foi acusado de pagar propina para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele foi preso no fim de 2014, mas acabou beneficiad­o, em abril de 2015, por decisão do Supremo que tirou da cadeia acusados da Lava Jato.

Os juízes do tribunal levaram em conta para a decisão o grau de culpa nos crimes atribuídos a ele. Segundo a corte, eles considerar­am ainda que os crimes de corrupção devem ser julgados como concurso material, o que faz com que não sejam considerad­os um só e sejam somados.

Costa, que foi o primeiro delator da Lava Jato, teve pena mantida em 14 anos e dez meses de prisão.

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