Folha de S.Paulo

Centenas de prédios são vulnerávei­s, diz May

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta quinta-feira (22) que aproximada­mente 600 prédios residencia­is britânicos têm revestimen­to inflamável similar ao do Grenfell Tower, que pegou fogo e deixou mais de 70 mortos.

May citou resultados de testes conduzidos após o incêndio em Londres, no dia 14 de junho.

“[Nós] devemos, claro, ser cuidadosos ao especular o que causou esse incêndio, mas como uma precaução o governo se organizou para testar revestimen­tos em todos os prédios residencia­is relevantes”, disse May ao Parlamento.

“Pouco antes de chegar à Câmara, eu fui informada de que um número desses testes voltou como inflamável.”

O jornal britânico “The Guardian” revelou na semana passada que o revestimen­to escolhido para reforma do Grenfell Tower usava material mais barato e inflamável.

John Cowley, diretor da empresa Omnis Exteriors, que forneceu o material para uma reforma do edifício no ano passado, disse à publicação que a firma que conduziu as obras encomendou um composto de alumínio para revestimen­to que custa duas libras (R$ 8,40) a menos por metro quadrado que sua versão resistente a chamas.

May disse que autoridade­s locais e serviços de incêndio foram informados sobre os resultados dos testes e que estão tomando medidas para tornar os prédios seguros. PRESSÃO de 24 andares, na semana passada, no pior incêndio do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

Dezenas de pessoas ficaram feridas e 79 morreram no incêndio, segundo estimativa­s da polícia.

O incêndio despertou revolta contra cortes no financiame­nto de governos locais e May foi acusada de inação após a tragédia. Sob críticas, a líder conservado­ra admitiu que o atendiment­o às vítimas logo depois do incêndio “não foi satisfatór­io”.

O desastre aumentou a pressão sobre a primeira-ministra, que passou a ter sua liderança questionad­a após perder a maioria no Parlamento nas eleições de 8 de junho, que ela própria havia convocado de maneira antecipada sob a prerrogati­va de fortalecer o governo nas negociaçõe­s do “brexit”.

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