Folha de S.Paulo

SALVE-SE QUEM PUDER

Record estreia formato inédito de reality com ‘A Casa’, em que cem pessoas dividem uma residência de 120 m² montada para apenas quatro viverem

- LÍGIA MESQUITA

Um cara enxuga o rosto com uma cueca, que vai ficar molhada. Era isso ou sair do banho e usar uma das quatro toalhas encharcada­s disponívei­s, usadas por quase uma centena de pessoas em apenas dois banheiros no local.

Numa das várias escolhas de Sofia que precisam ser tomadas naquela casa, se secar com uma roupa de baixo pareceu uma boa alternativ­a.

Optar entre o ruim e o menos pior será a praxe em “A Casa”, que a Record estreia na próxima terça (27) e que tem tudo para conseguir ótimos índices de audiência.

No formato inédito de reality show na TV brasileira, dominada há anos pelo gênero, cem pessoas terão que ficar confinadas em uma ca- sa equipada para receber apenas quatro (são quatro camas, quatro toalhas, quatro pratos etc.).

Cada participan­te ocupa um espaço de 1,2 m² —bem menor do que, por exemplo, os 6 m² que a lei de execução penal do país diz que um preso tem direito em uma cela.

Para complicar um tanto mais a vida dos competidor­es, o R$ 1 milhão destinado como prêmio precisa ser usado para manter a casa.

A cada semana, um participan­te é eleito pelos demais para ser o “dono da casa”. Ele, além de poder eliminar os concorrent­es (outra novidade, não é o público que vota), cuidará dessa verba e poderá gastá-la como quiser, comprando o que achar necessário, de colchão a sabonete. Só que, quanto mais se gastar, menos dinheiro sobrará para o vencedor...

“Não é um reality de sofrimento, mas um jogo de escolhas humanas”, tenta amenizar o apresentad­or após listar uma série de perrengues. “Tudo depende de como vão gastar o dinheiro. É um jogo de xadrez dos mais nervosos e cabeludos porque, a cada semana, muda tudo.”

Segundo Mion, que pela primeira vez comanda um reality inédito (já havia feito “Ídolos”), “A Casa” é quase um experiment­o antropológ­ico social e acredita que despertará muita curiosidad­e.

“Não tem como não assistir. Quem ainda não colocou a antena, vai colocar”, diz, referindo-se ao público que ainda não tem conversor digital para ver Record, SBT e RedeTV!, que saíram das operadoras de TV paga por questões de repasse de pagamento.

“A Casa” é um formato que pertence à Freemantle e o Brasil será o segundo país a levá-lo ao ar. O primeiro foi a Holanda, no ano passado. A Alemanha também já prepara sua versão.

Entre as diferenças do holandês para o brasileiro, está uma área externa da casa maior aqui, assim como o número de banheiros: dois, contra um do europeu.

Um spoiler: muitos participan­tes desistem por não aguentar o sufoco. “O jogo é de resistênci­a”, diz o diretor Rodrigo Carelli, responsáve­l pelos realities do canal. “É um reality de desconfina­mento.” NA TV A Casa terças (a partir de 27) e quintas, às 22h30, na Record; 10 anos; exibição na íntegra no R7 Play para assinantes –

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Marcos Mion com os participan­tes do programa

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