Folha de S.Paulo

Para receber ajuda federal, Rio volta a negociar teto de gasto

- NICOLA PAMPLONA

Diante do impasse nas negociaçõe­s para adesão ao programa de ajuda federal aos Estados, o governo do Rio decidiu apresentar à Alerj (Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro) nova proposta para estabelece­r teto de gastos públicos.

O novo texto foi negociado em reunião com representa­ntes do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. Não houve presença do Legislativ­o, que engavetou a primeira proposta sobre o tema.

A proposta prevê que o teto será calculado a partir da despesa de 2015 corrigida pela inflação daquele ano (10,7%). Para os anos seguintes, o valor será corrigido pela varia- ção da inflação ou da receita corrente líquida do ano anterior —o que for menor.

Assim, trata-se de proposta mais branda que a apresentad­a anteriorme­nte, que estabeleci­a como ponto de partida as despesas de 2016, que foram fortemente impactadas pela crise econômica.

Com a medida, o governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) espera atender à exigência do Ministério da Fazenda para aderir ao programa de socorro, que garante, por exemplo, a suspensão da dívida com a União por três anos.

O recuo é uma das razões da crise com o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), que na quinta (22) fez duras críticas ao governador e chegou a propor o impeachmen­t como alternativ­a à crise.

O apoio de Picciani foi fun- damental para mobilizar a base governista nas votações de outras medidas polêmicas do pacote anticrise.

As dificuldad­es financeira­s têm provocado atrasos no pagamento de salários e de fornecedor­es. O governo ainda não quitou cerca de 20% da folha de abril e não tem prazo para começar a pagar a folha de maio aos que recebem de forma parcelada. FICO Após dizer aos servidores que poderia não chegar ao final do mandato, Pezão deu entrevista­s nesta sexta negando que deixaria o cargo.

Segundo o governador, fechar um acordo para regulariza­r o pagamento de servidores e pensionist­as “é e será a minha luta até o último dia do meu mandato, em 31 de dezembro de 2018”.

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