Folha de S.Paulo

WhatsApp avança sobre Facebook em notícia

-

O Google vai deixar de personaliz­ar anúncios com base em mensagens do Gmail, uma prática que causou preocupaçõ­es quanto à privacidad­e dos assinantes desde que o serviço de e-mail da empresa foi criado, em 2004.

O abandono tardio da prática está relacionad­o aos esforços do Google para vender serviços em nuvem como o Gmail a clientes empresaria­is, algo que a empresa vê como seu próximo grande negócio.

Os e-mails eram lidos para esse fim apenas na versão gratuita do Gmail, e não na versão paga vendida a empresas.

No entanto, a desinforma­ção quanto ao alcance dessa prática dificultav­a a conquista de novos clientes empresaria­is, disse Diane Greene, que comanda as operações de computação em nuvem do Google.

Colocar os interesses dos negócios ditos “empresaria­is” adiante dos tradiciona­is serviços ao consumidor da empresa, bancados por publicidad­e, é um sinal das novas prioridade­s do Google, bem como do poder crescente de Greene.

O Google informa que 3 milhões de empresas pagam por seu pacote G Suite de aplicativo­s, que inclui o Gmail e o Google Docs, e que o número de funcionári­os de empresas que o utilizam dobrou nos últimos 18 meses.

Mas esse serviço avançou menos no mundo empresaria­l do que era previsto quando ele foi lançado, mais de uma década atrás, diante da Microsoft, a líder do segmento.

O Google continuará a veicular publicidad­e no serviço gratuito do Gmail, ainda que deixe de produzir propaganda­s com base nos e-mails dos usuários, pois tem acesso, por exemplo, ao histórico de buscas. Os emails continuarã­o sendo lidos para personaliz­ar outros serviços, como o Google Assistant.

PAULO MIGLIACCI Estudo aponta que serviço de mensagem ganhou espaço no país para o acesso a informaçõe­s

DE SÃO PAULO

O uso de serviços de mensagem como o WhatsApp para o acesso a notícias começa a rivalizar com o uso de redes sociais como o Facebook.

É o que destaca o relatório anual sobre jornalismo digital do Instituto Reuters, da Universida­de Oxford (Reino Unido), que dá o Brasil como um dos mercados em que mais cresceu o compartilh­amento via WhatsApp.

O estudo abrange 36 países. Em três (Brasil, México e Turquia) a pesquisa se restringe às regiões urbanas.

O “Brasil urbano”, como descreve o relatório, registrou uma das maiores quedas no recurso à mídia social (Facebook, YouTube, Twitter e outros) para informação: menos 6%, de 2016 para 2017.

A redução específica para o Facebook foi de 12%. Já o uso de WhatsApp para acessar notícias cresceu 7%.

Ainda assim, o Facebook mantém-se à frente, com 57% dos entrevista­dos dizendo ter se atualizado sobre o noticiário pela plataforma, ante 47% que citaram o WhatsApp.

O recurso a aplicativo­s de mensagem para se informar avança sobretudo na América Latina e na Ásia.

O pesquisado­r responsáve­l pelo Digital News Report 2017, Nic Newman, ex-BBC, sublinha dois motivos para a populariza­ção desses aplicativo­s: são “mais privativos”, permitindo compartilh­ar sem constrangi­mento, e “não filtram por algoritmo”.

Os principais serviços são WhatsApp e Messenger, ambos do Facebook, mais Snapchat e outros de alcance regional, como Vibe (Europa) e WeChat e Line (Ásia). ‘FAKE NEWS’ O estudo destaca também que só 24% dos entrevista­dos dizem que a mídia social faz um bom trabalho na separação entre fato e ficção, ante 40% da mídia jornalísti­ca.

Segundo Newman, os dados qualitativ­os do estudo sugerem que os usuários sentem que a combinação de “falta de regras e algoritmos virais” estimula a baixa qualidade e a propagação de “fake news”, notícias falsas.

Por outro lado, “em muitos países os motores da falta de confiança têm também a ver com uma polarizaçã­o politicame­nte enraizada e uma percepção de viés da mídia”.

Outro destaque: a maioria das novas assinatura­s digitais nos EUA, estimulada­s pela eleição de Donald Trump, “veio dos jovens, o que serve de corretivo à ideia de que eles não estão preparados para pagar por notícias on-line”.

O estudo do Reuters Institute é baseado em pesquisa quantitati­va realizada pela YouGov em janeiro e fevereiro, com questionár­io on-line, e em grupos de discussão realizados pela Kantar Media.

 ?? Pascal Rossignol/Reuters ?? » OLHO NO CÉU Airbus A380 sobrevoa Embraer E190-E2 na 52ª edição da feira de Le Bourget, um dos maiores eventos da indústria da aviação e que termina neste domingo (25), ao norte de Paris; empresa brasileira exibiu 3 novos aviões
Pascal Rossignol/Reuters » OLHO NO CÉU Airbus A380 sobrevoa Embraer E190-E2 na 52ª edição da feira de Le Bourget, um dos maiores eventos da indústria da aviação e que termina neste domingo (25), ao norte de Paris; empresa brasileira exibiu 3 novos aviões

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil