Folha de S.Paulo

Doria promete mais equipe de atendiment­o

- ADRIANA BRASILEIRO Sto. Antonio, de S. José e de S. Sebastião, Santa Cruz do Rio Pardo (SP).

FOLHA, DE MIAMI

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (23) que irá ampliar a quantidade de profission­ais para atender usuários de crack que buscam internação em tenda da prefeitura, no centro da cidade.

O anúncio foi feito um dia depois de reportagem da Folha mostrar que dependente­s chegam a esperar até dez horas, sem comida ou água, por atendiment­o —chegando a desistir da internação e tratamento devido às dificuldad­es.

“Eu falei com o secretário de Saúde hoje de manhã e recomendei que mais pessoas sejam colocadas lá para atender esse aumento de demanda”, afirmou o tucano, durante a 85ª Conferênci­a Anual de Prefeitos dos Estados Unidos em Miami Beach, na Flórida.

A poucos metros da cracolândi­a, os usuários aguardam por horas o atendiment­o de psiquiatra­s e enfermeiro­s, que os recebem depois de uma triagem. Em seguida, enquanto os dependente­s esperam, funcionári­os buscam por vagas em hospitais psiquiátri­cos — processo de até uma hora.

“A demanda pelos serviços cresceu muito, e o processo está levando um pouco mais de tempo”, disse o tucano. Para ele, no entanto, os relatos de atrasos em excesso no atendiment­o são “um exagero”, e prefeitura e Estado têm a estrutura necessária para atender os dependente­s químicos.

“Parte [dos relatos de atraso] é procedente, e parte é exagero. Onde existe um caso, ele vira sete; quando são dois, vira 20. Nós temos a obrigação de atender essas pessoas e vamos fazer da melhor maneira possível”, disse Doria.

Como mostrou a reportagem, o maior gargalo está no transporte de dependente­s às clínicas. Mesmo quando são designados para as mesmas unidades, usuários são levados um por um, não juntos, em ambulância­s do Samu, que atendem casos de emergência no resto da capital paulista e demoram a chegar.

Segundo Doria, 437 usuários de crack já haviam sido internados voluntaria­mente. “Estamos seguindo a linha da abordagem individual, não vamos fazer abordagem coletiva e nem vamos obrigar as pessoas a se internarem.” 230º MÊS

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Marlene Bergamo/Folhapress Fluxo de usuários na al. Cleveland com a r. Helvétia, ao lado da tenda de atendiment­o

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