Doria promete mais equipe de atendimento
FOLHA, DE MIAMI
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (23) que irá ampliar a quantidade de profissionais para atender usuários de crack que buscam internação em tenda da prefeitura, no centro da cidade.
O anúncio foi feito um dia depois de reportagem da Folha mostrar que dependentes chegam a esperar até dez horas, sem comida ou água, por atendimento —chegando a desistir da internação e tratamento devido às dificuldades.
“Eu falei com o secretário de Saúde hoje de manhã e recomendei que mais pessoas sejam colocadas lá para atender esse aumento de demanda”, afirmou o tucano, durante a 85ª Conferência Anual de Prefeitos dos Estados Unidos em Miami Beach, na Flórida.
A poucos metros da cracolândia, os usuários aguardam por horas o atendimento de psiquiatras e enfermeiros, que os recebem depois de uma triagem. Em seguida, enquanto os dependentes esperam, funcionários buscam por vagas em hospitais psiquiátricos — processo de até uma hora.
“A demanda pelos serviços cresceu muito, e o processo está levando um pouco mais de tempo”, disse o tucano. Para ele, no entanto, os relatos de atrasos em excesso no atendimento são “um exagero”, e prefeitura e Estado têm a estrutura necessária para atender os dependentes químicos.
“Parte [dos relatos de atraso] é procedente, e parte é exagero. Onde existe um caso, ele vira sete; quando são dois, vira 20. Nós temos a obrigação de atender essas pessoas e vamos fazer da melhor maneira possível”, disse Doria.
Como mostrou a reportagem, o maior gargalo está no transporte de dependentes às clínicas. Mesmo quando são designados para as mesmas unidades, usuários são levados um por um, não juntos, em ambulâncias do Samu, que atendem casos de emergência no resto da capital paulista e demoram a chegar.
Segundo Doria, 437 usuários de crack já haviam sido internados voluntariamente. “Estamos seguindo a linha da abordagem individual, não vamos fazer abordagem coletiva e nem vamos obrigar as pessoas a se internarem.” 230º MÊS