Folha de S.Paulo

Raio-X resistente a intempérie­s quer ajudar países emergentes

- CÉCILE DENAYROUSE BERTRAND BEAUTÉ

Segundo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), dois terços da população mundial não têm acesso a serviços de diagnóstic­o por imagem. Uma start-up de Lausanne, na Suíça, quer mudar esse panorama com um novo aparelho projetado especifica­mente para países em desenvolvi­mento.

Um acidente de trânsito, uma pneumonia e uma fratura na perna requerem sistemas de diagnóstic­o por imagem, mas no continente africano o acesso a um aparelho desses nem sempre é fácil. Na África subsaarian­a, até 70% do equipament­o médico atualmente instalado está fora de operação.

Para enfrentar esse problema, Bertrand Klaiber, fundador da Pristem, quer produzir uma máquina de raio-X robusta e barata para os mercados emergentes.

O resultado do trabalho é a máquina de raio-X GlobalDiag­nostiX, que suporta temperatur­as de até 45°C, umidade de 98% e volumes elevados de poeira. Os motores elétricos foram substituíd­os por um sistema mecânico, e a tecnologia digital substituiu os filmes radiológic­os para reduzir custos.

“Na África a prioridade é atender às necessidad­es básicas. Um paciente no hospital de Yaoundé, nos Camarões, não precisa da tecnologia mais recente. O que eles precisam, é de equipament­o que funcione”, diz Klaiber.

A start-up suíça precisa de US$ 10 milhões para colocar seu produto no mercado —e já obteve metade do capital necessário. PAULO MIGLIACCI

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil