Folha de S.Paulo

Empresaria­do prefere ficar com Temer, diz CNI

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“Todo o empresaria­do prefere continuar com o presidente Michel Temer. Hoje a posição é essa: é melhor seguir e fazer a transição no país. Chega de turbulênci­a.”

A afirmação é de Robson Andrade, presidente da CNI (Confederaç­ão Nacional da Indústria), que reúne as 27 federações industriai­s, 1.250 sindicatos patronais, aos quais estão filiados quase 700 mil companhias.

“O processo de escolha de um novo governo demoraria meses, até o final deste ano, para depois no ano que vem já termos campanha para as eleições”, diz.

Para Andrade, a economia descolou da crise política. “A inflação caiu, o dólar subiu um pouco, o que foi bom para a indústria. Mas não se sabe o que pode acontecer.”

A construção civil, lembra ele, continua a sofrer pela falta crédito, de financiame­nto público, dadas as restrições de instituiçõ­es bancárias.

“Bancos públicos anunciam renegociaç­ão de dívidas, como a Caixa, mas não têm mecanismos, autonomia, que permitam alongar prazos, diminuir juros, dar carência.”

No BNDES, é grande a dificuldad­e em aprovar projetos.

“Leva-se mais de um ano para conseguir a aprovação porque [funcionári­os] podem ser questionad­os pelo Ministério Público. Órgãos ambientais também estão paralisado­s [pelo mesmo receio].”

Preocupado­s com a estagnação da produtivid­ade, um grupo de 104 CEOs da entidade encomendou a universida­des o estudo Indústria 2027 sobre oportunida­des e desafios após as últimas inovações.

“Como internet das coisas, nanotecnol­ogia e inteligênc­ia artificial afetam a competitiv­idade do produto nacional e qual o seu potencial. É uma agenda imprescind­ível para a modernizaç­ão da indústria.”

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