Folha de S.Paulo

Irmã que ajudou a criar Caetano e Bethânia

- CLARA MARIA VELLOSO BARRETO (1932-2017) FRANCISCO GARÇON - Aos 76, viúvo de Marlene de Oliveira Garçon. Poloni (SP). MAGDALENA JORDÃO DE TOLEDO RIDOLFO - Nesta segunda (26) às 18h30, Igreja de São Gabriel Arcanjo, av. São Gabriel,108, Jardim Paulista.

DE SÃO PAULO

Os irmãos a acham linda. Misteriosa­mente, no seio de uma família de mulatos, Clara Maria Velloso Barreto saíra loira. Era a segunda mais velha na casa de Dona Canô (1907-2012), atrás apenas de Eunice Velloso, filha adotiva.

Pela idade, tomou conta de Caetano e Maria Bethânia enquanto cresciam, além dos outros irmãos. Depois, também ajudou a criar os sobrinhos que iam se multiplica­ndo pouco a pouco.

Caetano, quando criança, não achava a irmã nem interessad­a nem interessan­te. Hoje, como disse em seu perfil no Facebook, viu Clara Maria revelar-se como a que melhor entendia “os labirintos” da vida dos Velloso.

De Zeca e Tom, dois dos filhos do cantor, ela cuidou como se fosse mãe, sempre com seu sorriso largo.

Como Dona Canô, Clara Maria gerou braços para a música popular brasileira. Um de seus filhos é o compositor Jota Velloso, autor de canções como “Foguete” (Nosso amor é tão bonito, tão sincero/ como festa de São João).

Ela estava em Santo Amaro da Purificaçã­o, para o dia de São João, a ser comemorado no sábado (24), quando passou mal. Chegou a ser socorrida e levada de ambulância para Salvador, onde diagnostic­aram um infarto.

Ela ainda foi encaminhad­a para um cateterism­o, mas não resistiu e morreu durante o procedimen­to. Além de Jota Velloso, ela deixa uma filha, Maria, e dois netos, João Francisco e Caio.

“A memória de sua ternura, fala mansa, delicadeza e sorriso largo aquecerá sempre nossos corações, como fogueira de São João”, disse Bethânia em nota. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA

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