Perito de Temer diz que laudo da PF é falho
Molina aponta perda de 23% em gravação
O perito Ricardo Molina, contratado pelo presidente Michel Temer, criticou nesta segunda-feira (27) a perícia da Polícia Federal sobre a gravação feita pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.
Segundo Molina, ao menos cerca de 23% do áudio se perdeu, o que, segundo ele, torna o material “imprestável” como prova.
A PF concluiu na última sexta (23) que não houve “qualquer forma de adulteração” na gravação.
“Cerca de 23% da conversação se perdeu. É óbvio que isso prejudica o entendimento. Não importa o motivo, se foi porque um ET passou ou por qualquer outro motivo. Em qualquer processo essa gravação seria considerada imprestável”, disse o perito, que deu entrevista ao lado de Gustavo Guedes, um dos advogados do presidente.
“Essa gravação transpira irregularidade. Não precisava nem fazer perícia”, acrescentou.
A conta do perito é com base na análise da Polícia Federal. Ele diz que a conversa entre Temer e Joesley dura cerca de 26 minutos, sendo que seis deles são perdidos por interrupções —o que significa 23%.
Molina afirmou que para a defesa do presidente não importa se as interrupções encontradas na perícia são propositais ou não, mas sim que elas atrapalham o entendimento do diálogo no Palácio do Jaburu.
“Aceitar isso é aceitar um contrato todo rasgado. É imprestável. Não me importa como foi rasgado”.
A gravação foi feita por Joesley no dia 7 de março e usada para a assinatura de um acordo de delação premiada de executivos da JBS com o Ministério Público.