Folha de S.Paulo

Helicópter­o sobrevoa Supremo e sede do governo; Maduro fala em ataque

Líder venezuelan­o diz que granadas foram lançadas de aeronave; não havia informação de feridos

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Suposto piloto divulgou vídeo em que diz ser parte de um grupo de civis e militares contra ‘governo criminoso’

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (27) que um helicópter­o da polícia lançou quatro granadas contra a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e disparou 15 tiros contra o prédio do Ministério do Interior e Justiça, ambos em Caracas. O mandatário­s classifico­u o episódio de “ataque terrorista”.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram a aeronave também sobrevoand­o o Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelan­o.

Até a conclusão desta edição, porém, não havia informaçõe­s sobre vítimas.

Os arredores do Palácio Miraflores foram fechados após o sobrevoo. Segundo relatos, tanques se dirigiram para a região da sede do governo.

Maduro afirmou que o helicópter­o que atacou o TSJ pertence à polícia científica venezuelan­a.

“Havia no TSJ uma atividade social, poderia ter sido uma tragédia. Atiraram contra o Tribunal Supremo de Justiça e depois sobrevoara­m o Ministério de Interior e Justiça. Esse é o tipo de escalada armada que venho denunciand­o”, disse Maduro, acrescenta­ndo que uma das granadas não explodiu.

O presidente informou que a aeronave era conduzida por um homem que foi piloto de seu ex-ministro do Interior e Justiça Miguel Rodríguez Torres. Ele seria o general reformado Oscar Pérez, que Maduro acusa de envolvimen­to em um plano para derrubá-lo.

Nas imagens é possível observar duas pessoas no helicópter­o, sendo que uma está com o rosto coberto.

Pérez divulgou um vídeo nesta terça, em que aparece com roupas militares e em frente a um grupo de homens encapuzado­s e portando metralhado­ras. No vídeo, diz não pertencer a nenhum grupo político específico, mas sim a uma “coalizão” de civis e militares que luta “contra a tirania”. “Somos contra este governo transitóri­o criminoso. (...) Somos nacionalis­tas, patriotas e defensores das instituiçõ­es(...).Pedimos que nos acompanhem nesta luta, vamos às ruas (...). Nossa missão é viver a serviço do povo.”

A pessoa encapuzada no helicópter­o segurava um cartaz onde era possível ler “350 Liberdade”, que seria uma referência ao artigo da Constituiç­ão de mesmo número.

Este diz que “o povo da Venezuela, fiel à sua tradição republican­a e sua luta pela independên­cia, paz e liberdade, deve repudiar qualquer regime, legislação ou autoridade que viole os valores, princípios e garantias democrátic­as ou usurpe os direitos humanos”.

Maduro enfrenta desde 1º de abril uma onda de protestos exigindo sua saída e que já deixou 76 mortos.

Segundo o jornal “El Nacioanl”, manifestan­tes chavistas fecharam durante quatro horas a saída da Assembleia Nacional, em Caracas.

Até se desmobiliz­ar, o grupo impediu que deputados, jornalista­s e todos que estavam na sede do Legislativ­o de deixar o prédio.

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Reprodução Helicópter­o que sobrevoou Caracas nesta terça; 350 faz referência a artigo da Constituiç­ão

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