CRÍTICA Lorde se supera a cada faixa do 2º CD
Em ‘Melodrama’, neozelanda incorpora o pop, mas mantém estranheza que a tornou conhecida
FOLHA
Ao lançar o seu primeiro álbum, “Pure Heroine”, em 2013, a cantora neozelandesa Lorde, então com apenas 16 anos, chegou como uma promessa com a mistura inusitada entre o electropop, música eletrônica e elementos de rock, somados à sua paixão pelo hip-hop (além de um estilo de dança um tanto peculiar nos palcos).
À época, apesar de toda repercussão positiva, “Pure Heroine” soava muito cru, minimalista, alternativo demais e bem diferente de outros lançamentos do gênero, como “The 20/20 Experience”, de Justin Timberlake, e “Beyoncè” —ambos álbuns mais voltados para o mainstream e que disputaram prêmios com o primogênito da neozelandesa.
Entretanto, restou para Lorde, que ali não passava de uma boa artista com um bom álbum de estreia, a dú- vida a respeito do futuro de sua carreira.
Os anos se passaram e Lorde, 20, está de volta aos holofotes com o álbum “Melodrama”, lançado no início de junho pela Universal Music.
As diferenças em relação ao antecessor aparecem logo na primeira faixa, “Green Light”, na qual Lorde mostra sua nova fase —mais pop, desprendendo do lado sombrio, mas sem perder a estranheza que já lhe é natural.
Em “Melodrama”, Lorde —alguns passos à frente de “Pure Heroine”— exibe uma evolução que vai além da transição da adolescência para a vida adulta.
A neozelandesa se desenvolveu como letrista, aprimorou a técnica ao cantar e sude, as composições estão mais maduras, mais sólidas.
Além disso, colaborou efetivamente na produção do álbum —diferentemente do trabalho anterior, assinado pelo conterrâneo Joel Little.
Ao longo das 11 faixas, Lorde canta o amor, as tristezas, as decepções e ensina como dar a volta por cima.
Conforme o álbum progri- ARTISTA Lorde GRAVADORA Universal Music QUANTO R$ 27,90 (CD) AVALIAÇÃO ótimo