Melo foi acusado de ter se beneficiado de um esquema
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu na noite desta quarta (28) a eleição para governador e vice do Amazonas, marcada para 6 de agosto.
Em 4 de maio, por 5 votos a 2, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ratificou a cassação do governador José Melo (Pros) e do vice Henrique Oliveira (Solidariedade), acusados de comprar votos na eleição de 2014, e determinou a realização de um novo pleito em até 40 dias. Oliveira recorreu ao STF.
A decisão de Lewandowski vale até que os recursos se- jam julgados em definitivo. No entanto, a decisão do ministro não autoriza o retorno dos políticos aos cargos.
“Em face do exposto, defiro a liminar para suspender a execução cumprimento do acórdão daquela corte especializada até o esgotamento das instâncias ordinárias, quer dizer, até a publicação do acórdão de julgamento dos embargos de declaração lá opostos”, escreveu Lewandowski na decisão, que deve ser comunicada com urgência ao TSE e ao TRE-AM (Tribunal Regional do Amazonas). ENTENDA O CASO de compra de votos com dinheiro público por meio de um contrato com uma empresa fantasma de segurança para a Copa do Mundo de 2014, em Manaus. Segundo a denúncia, o evento já estava na metade —a cidade foi uma das 12 sedes.
Contratada pelo governo estadual por R$ 1 milhão, a empresa era de Nair Queiroz Blair. De acordo com a denúncia, o dinheiro foi distribuído aos eleitores dentro do próprio comitê de campanha do candidato e serviu para, entre outros auxílios, a compra de cestas básicas.
Os ministros do TSE entenderam que José Melo tinha, ao menos, conhecimento da compra de votos.