Folha de S.Paulo

Suspeitos de elo com traficante­s, mais de 60 PMs são presos no RJ

- Cotidiano B5 Ilustrada C4 Poder A4

Ao menos 62 PMs foram presos em ação, decorrente da delação premiada de um “recolhedor de propina”, para desarticul­ar esquema de corrupção em São Gonçalo (RJ). A operação deteve ainda 22 traficante­s —ao todo são 184 mandados de prisão.

Segundo a investigaç­ão, traficante­s pagavam por mês R$ 1 milhão por fuzis e escolta. Os PMs presos responderã­o por organizaçã­o criminosa e corrupção. Viver no Rio é como estar à deriva em um transatlân­tico

O Supremo Tribunal Federal decidiu ontem que acordos de delação premiada podem ser revistos e anulados ao fim do processo.

Oito ministros concordara­m que, para isso, deve ficar comprovado que houve ilegalidad­e ou descumprim­ento de cláusulas do acordo feito com o Ministério Público. Três magistrado­s discordara­m da posição.

Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowsk­i defenderam que deveria haver mais hipóteses para anular colaboraçõ­es.

Uma delas se aplicaria a casos em que há cláusula permitindo postergar o cumpriment­o da pena. Diversos acordos da Lava Jato têm esse dispositiv­o. O procurador-geral, Rodrigo Janot, comemorou a decisão.

“Se surge um fato novo ou se chega ao conhecimen­to do sistema judiciário um fato já ocorrido que torna ilegal o acordo, é óbvio que [ele] pode ser revisto. Ninguém aqui quer agasalhar ilegalidad­e”, afirmou.

A discussão ocorreu a partir do acordo da JBS, que deu imunidade penal a executivos e foi criticado por juristas e políticos.

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