Que existe controvérsia
DE SÃO PAULO
Quatro perícias feitas na gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista divergem em três pontos.
Há consenso sobre a existência de interrupções, mas discordância sobre o que as provocou. Também existe divergência a respeito de uma expressão usada por Joesley (“todo mês” ou “tô no meio”) e sobre a validade da gravação como prova judicial.
Os laudos foram feitos pela defesa de Temer, por dois especialistas contratados pela Folha e pela Polícia Federal.
Para o laudo da PF, as pausas foram causadas por um dispositivo do gravador que interrompe a captação na ausência de som.
O IBP (Instituto Brasileiro de Peritos), contratado pela Folha, diz que esse mecanismo só explica parte das interrupções. O restante tem características distintas e pode ter ocorrido após a gravação —as causas são indeterminadas.
A PF diz que a prova é válida porque inexistem indícios de adulteração ou supressão intencional de parte da conversa. Já o perito Ricardo Molina, contratado por Temer, o IBP e o perito Ricardo Caires dos Santos (também a serviço da Folha) afirmam que a baixa qualidade da gravação, as pausas de causa indeterminada e a má preservação do equipamento inviabilizam o uso no processo.