Temer não vai mais, mas G20 prepara ‘inferno’
“Süddeutsche Zeitung” e outros alemães noticiam que “Temer, fortemente abalado por um escândalo de corrupção, cancelou sua viagem ao G20 em Hamburgo”. Não que as atenções estivessem voltadas para o brasileiro.
Em campanha eleitoral, a chanceler Angela Merkel se prepara para receber Donald Trump dizendo que “os problemas deste mundo não podem ser resolvidos por isola- cionismo e protecionismo”. Uma estratégia de enfrentamento, segundo o “Die Welt”, “altamente arriscada”.
Já Trump avisou que vai se reunir com Vladimir Putin. A Casa Branca, no destaque do “New York Times”, “não quis falar se a intromissão na eleição seria abordada”. Pelo contrário, Trump quer achar “áreas de cooperação”.
Os conflitos não se limitarão aos “líderes voláteis” do G20, diz a Reuters. São esperados oito mil manifestantes, “anarquistas e radicais de esquerda cujo objetivo é romper a cúpula” com um protesto que estão chamando de “Bem-vindos ao inferno”.
Novela A estatal Deutsche Welle levantou como a imprensa alemã vem cobrindo os escândalos de Temer. No “Die Welt”, “O próximo capítulo da telenovela política sem fim está aberto, e o suposto maior vilão da história do país deverá finalmente ser chamado a prestar contas”. Para o “Frankfurter Allgemeine Zeitung”, porém, ele “já saiu várias vezes de enrascada e é bem possível” que escape de novo —e prossiga até 2018.
Perdendo O “Süddeutsche Zeitung” pergunta: “Alguém ainda se surpreende se brasileiros estão perdendo a confiança na democracia?”.
Sobrevida O “Financial Times”, em mais um editorial sobre Temer, destaca que ele “provavelmente sobreviverá”, mas “a incerteza vai prevalecer”. A “Economist”, ainda mais otimista, volta a defender as reformas e afirma que, embora vulnerável, “Mr. Temer tem uma boa chance de completar os últimos 18 meses de seu mandato”.
Ingovernável O “Washington Post”, que vinha seguindo a longa crise brasileira por agências de notícias, publicou reportagem própria, destacando que Temer, “acusado por corrupção, pode ser salvo por políticos também sob suspeita”. Mas “sua base pode se romper” ou então ele mesmo “pode se dar conta de que o Brasil é ingovernável sob seu mandato” e pedir para sair.
Facebook censura O site americano “ProPublica” revela as regras de censura usadas pelo Facebook, que “por vezes punem injustamente usuários negros ou aqueles em territórios em disputa como a Palestina”. Cita exemplos e, no enunciado, ressalta que a rede social “protege homens brancos do discurso de ódio, mas não as crianças negras”.
‘Tire a mão’ Depois de “NYT” e “Guardian”, também a “Economist” acaba de sair com editorial em defesa do canal de notícias Al Jazeera, do Qatar, que o novo herdeiro da Arábia Saudita quer tirar do ar. No enunciado, “Tire a mão”.