Aluguel residencial que vence em julho pode ficar mais barato
Indicador usado para reajustar contratos tem deflação em 12 meses
Os contratos de aluguel residencial que fazem aniversário em julho poderão ter redução de valor, em vez de alta, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário).
Isso ocorre porque o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), indicador de inflação usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, fechou os 12 meses até junho em queda de 0,78%. No mês, a deflação foi de 0,67%.
Cerca de 90% dos contratos residenciais não especificam que o reajuste para inflação ocorrerá apenas se ela for positiva, afirma Mark Turnbull, diretor de Locação do Secovi-SP. Por isso, o reajuste pode ser para reduzir o valor da despesa mensal.
“O proprietário é obrigado a reduzir o aluguel. É uma questão de isonomia”, afirma o diretor do Secovi.
Se o valor de um aluguel é de R$ 1.000 por mês, com a redução de 0,78%, ele passaria a ser de R$ 992,20. NEGOCIAÇÃO No entanto, Turnbull sugere que haja negociação entre inquilino e proprietário.
De julho de 2015 a dezembro de 2016, os novos contratos de aluguel reduziram de preço, segundo o Secovi-SP.
Isso serviu de motivo para que moradores antigos de imóveis pedissem que não fosse aplicado o reajuste anual de inflação sobre o valor pago mensalmente. O mesmo ocorreu com contratos vencidos, que poderiam ter aumento de preço na renovação.
“Se no último ano o proprietário não aplicou o reajuste, neste ano o inquilino pode manter o mesmo preço”, sugere Turnbull.
É a primeira vez desde janeiro de 2010 que o IGP-M fica negativo. Foram sete meses seguidos de deflação do indicador do aluguel entre 2009 e 2010. Na época, a redução de preços era reflexo da crise econômica mundial.
O IGP-M é composto por três segmentos: preços ao produtor e preços ao consumidor, que tiveram queda. Já os preços da construção civil, terceiro componente do indicador, registraram alta com custos com mão de obra.