‘Intimado porra nenhuma’, afirma deputado procurado pelo Supremo
Nos autos, oficiais de Justiça relatam périplos para localizar Roberto Góes (PDT-AP)
Quando um dos quatros oficiais de Justiça do STF (Supremo Tribunal Federal) recebe a incumbência de entregar uma intimação para o deputado Roberto Góes (PDTAP), já sabe: serão muitas horas, ligações e tempo perdidos na missão de localizá-lo.
“Intimado porra nenhuma”, respondeu o parlamentar em fevereiro passado, ao telefone, para um dos oficiais do tribunal, conforme certidão lavrada por três servidores do STF e anexada aos autos de um dos seis inquéritos contra o parlamentar.
“De todos os investigados e processados perante o Supremo, o deputado é o único que adota uma postura reiterada de não se dispor a receber as comunicações processuais”, escreveram os oficiais em certidão no inquérito.
Como é alvo de dez ações penais no STF, além de investigado nos inquéritos, o exprefeito de Macapá (20092012), presidente da Federação Amapaense de Futebol e ligado à cúpula da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem que ser constantemente notificado para comparecer a interrogatórios ou apresentar defesas.
Góes é acusado ou suspeito de supostas irregularidades quando esteve à frente da prefeitura. No ano passado, foi condenado a dois anos e oito meses de reclusão por ter retido e usado, sob argumento de dificuldades financeiras do município, para quitar os salários dos servidores, R$ 8,5 milhões descontados da folha de pagamentos no sistema de crédito consignado.
Entre as dificuldades para localizá-lo estão as ausências na Câmara. Levantamento feito pela Folha nos registros da Casa mostra que Góes esteve ausente em 75 das