‘Queremos ser o exemplo da renovação’, diz deputado egresso dos protestos de 2011
DA ENVIADA A SANTIAGO
Formado em engenharia civil, Giorgio Jackson, 30, cresceu na militância estudantil e foi uma das figuras que se destacaram no contexto das manifestações de 2011.
Nas eleições parlamentares de 2013, Jackson foi eleito deputado pelo partido Revolução Democrata, que hoje integra a Frente Ampla.
Sem idade para se postular à Presidência, ele participou do convite feito à jornalista Beatriz Sánchez para que ela representasse seu grupo de amigos e ativistas da esquerda. Agora, é um de seus principais apoiadores, e com ele carrega uma ampla militância.
“Em certo momento, nós nos demos conta de que, como movimento social e estudantil, estávamos limitados, por isso resolvemos dar esse salto para a vida política, que é criar um partido, mas o caminho é longo. E o fato de já termos alguns deputados no Parlamento é um excelente começo”, afirmou Jackson à Folha, em entrevista realizada em Santiago.
“A política está se renovando no mundo todo, e queremos ser o exemplo dessa renovação aqui no Chile. Não basta fazer protestos específicos, é preciso ter um projeto de país. E é isso que estamos construindo com Beatriz Sánchez e com as novas forças que se somaram”, disse.
Jackson nega que Sánchez
GIORGIO JACKSON, 30
deputado esteja apenas carregando uma bandeira que é, no fundo, dos movimentos sociais.
“Nós coincidimos em muitas coisas, e a escolhemos porque sabemos que ela vê que a esquerda precisa se renovar. Que o modelo de esquerda que foi representado pela Concertação (aliança que reuniu a esquerda depois da ditadura) envelheceu.”
Jackson concorda que os modelos são a Frente Ampla uruguaia, do ex-presidente José “Pepe” Mujica, e o Podemos espanhol.
“No caso do Uruguai, pela variedade de forças que nós compusemos, e no caso da Espanha, porque chegamos para romper com um bipartidarismo muito enraizado”, conclui Jackson. PROTESTOS A gratuidade do ensino superior era a principal demanda das manifestações que tomaram o Chile em 2011.
A proposta de reforma educacional da presidente Michelle Bachelet não agradou ao movimento estudantil, que voltou às ruas chilenas no ano passado. (SC)
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Em certo momento, nós nos demos conta de que, como movimento estudantil, éramos limitados, por isso resolvemos dar esse salto para a vida política. (...) A política está se renovando no mundo todo, e queremos ser o exemplo dessa renovação aqui no Chile