Folha de S.Paulo

Múltis não se adaptam a novo gosto chinês

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em seu mercado de origem, mas podem ser “tão inovadoras ou mais inovadoras do que as empresas ocidentais”, enquanto as multinacio­nais “estão perto de se tornar ou já se tornaram burocracia­s”, disse Bruno Lannes, sócio da consultori­a Bain.

Shaun Reid, da consultori­a China Market Research Group, afirmou que a Nestlé ficou para trás no mercado chinês de água mineral porque posicionou sua oferta abaixo das marcas de rivais locais no mercado. Já o principal sorvete da Unilever é considerad­o “pequeno demais e barato demais”.

“Eles queriam ser um produto médio na China, mas, por causa da qualidade, as pessoas estavam dispostas a pagar mais por marcas estrangeir­as”, disse Reid.

As divisões de bens de consumo das multinacio­nais podem ser prejudicad­as por sua estrutura hierárquic­a, com decisões-chave tomadas fora da China, ele acrescento­u. “O poder tende a estar na Europa ou nos Estados Unidos.”

Mas nem todas as notícias foram ruins para as multinacio­nais no mercado chinês.

Elasganhar­ammercadon­a cerveja, em que as marcas chinesas têm tido dificuldad­es para deixar para trás sua imagem de produtos baratos.

Algumas marcas individuai­s de alto preço se saíram bem no país asiático, a exemplo de cosméticos com as marcas Armani e YSL. E a Philips viu aumentar as vendas de suas escovas de dente elétricas, porque a busca por produtos premium chegou ao mercado de higiene oral. PAULO MIGLIACCI

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