LEITOR SENSÍVEL
Editoras e autores recorrem a representantes de minorias sociais para evitar ofensas em livros e rótulo de politicamente incorreto
liticamente corretos que essas representações não eram precisas e que isso poderia ser facilmenteresolvidocomofeedback de grupos marginalizadosrepresentadosnasobras”. MERCADO NACIONAL No Brasil, a função dá seus primeiros passos. A Seguinte, segmento jovem do grupo CompanhiadasLetras,tomou a dianteira e contratou a advogada travesti Terra Johari, 25, para colaborar no processo de tradução de “Fera”, da americana Brie Spangler (ed. Seguinte,384págs.,R$27,90). Uma das personagens é trans.
Johariavaliouatraduçãode termos e diálogos e ajudou a elaborar um glossário de conceitos relacionados à transgeneridade. Pela produção de um parecer de nove páginas embasadoemteoriasdegênero e experiências pessoais, recebeuR$500.Nomercadoanglófono, esse serviço rende cerca de US$ 250 (R$ 825).
Para Nathalia Dimambro, editora da Seguinte, a experiênciadeveserrepetida.“Quandoumautorescrevesobreuma minoria da qual não faz parte, podesemquererreforçarestereótiposouusartermosquesejam mal interpretados.”
Há quem enxergue o processo como tentativa de censura ou de impedir o escritor de apresentar sua visão de mundo, ainda que esta tachadadepoliticamenteincorreta.
Stacy Whitman, editora da americana Lee and Low Books, discorda. Para ela, o processo de edição não pode ser confundido com censura.
SarahEdkins,daPENAmerica, defende tanto o direito à liberdade de expressão quanto o de os editores rejeitarem o que não quiserem publicar. “Autores e editores sempre fizeram considerações individuais sobre a recepção das mensagens e a potencial repercussão social das obras.”