Folha de S.Paulo

Botulínica entreassob­rancelhasp­orque, conta, franzia demais o cenho e as pessoas perguntava­m se ela estava zangada. Com pre-

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Na chegada ao teatro, quase deixa o texto no carro do Uber. Mas logo Rosinha, como é chamada pelos colegas, o recupera e sai andando a passos rápidos com ele debaixo do braço. Já no camarim, veste um robe chinês que comprou em Paris. “Aqui tudo que eu quero disfarçar ele vem e põe”, ri, apontando o maquiador, que deixa os cabelosdel­amaisbranc­osedesgren­hados e, com o pincel, faz rugas e manchas no rosto.

“Televisão HD é o horror das atrizes. Eu já fiz plástica e botei botox. Só não ponho no rosto todo porque a testa é importante, faz parte da expressão. O [autor] Cassiano Gabus Mendes dizia que até uma grande franja pode prejudicar a interpreta­ção.” Aplica toxina

O diretor do espetáculo, Jorge Farjalla, diz que “poucas atrizes com a idade e a história da Rosinha teriam coragem e entrega para fazer tudo que ela tem feito”. A veterana não sai de cena, anda sem parar e até engatinha no palco. Ela, que coleciona papéis de madame, pediu a Farjalla para “desconstru­í-la”.

A montagem, que depois fará turnê pelo Sul do país, marca os 60 anos de carreira da atriz. São Paulo, segundo ela, deu mais importânci­a à efeméride do que o Rio, onde estreou a peça, em 2016. “Antigament­e, para ter repercussã­o no Brasil inteiro, o tambor

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