Folha de S.Paulo

Abstração pós-impression­ista é revista em livro

- JULIANA CALDERARI

COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Henri de Toulouse-Lautrec, que ganhou mostra no Masp na última semana, é considerad­o um dos grandes pintoresdo­pós-impression­ismo, tema do quarto exemplar da Coleção Folha O Mundo da Arte, que chega às bancas no próximo domingo (9).

Pós-impression­ismonãose refere a um movimento, mas a um curto período que vai do fim do século 19 à primeira década do século 20.

Se os impression­istas já haviam ensinado que a verdade estava sujeita à forma como a vemos, os pós-impression­istas afirmaram que era necessário expressar não apenas o que viam, mas também o que pensavam e sentiam.

Paul Cézanne, contemporâ­neo dos impression­istas que não estava satisfeito com o reflexo de impressões fugazes dos colegas, dizia que “o olho não é suficiente, pensar também é necessário”.

Assim, o francês trilhou um caminho independen­te, explorando a tensão entre reprodução e abstração.

Já na obra de ToulouseLa­utrec há muita dor e a solidão. O artista, acidentado aos 14 anos e portador de uma deficiênci­afísicacon­gênita,sentia-se rejeitado. E foi entre outros marginais da sociedade que ele encontrou seu lugar.

Prostituas velhas e decadentes e outros personagen­s da vida boêmia do bairro de Montmartre,emParis,tinham seus vícios e suas dores representa­dos em sua obra.

Enquanto isso, o holandês Vincent van Gogh, que também vivia na França, expressava suas emoções com as cores. Pintou cenas da capital francesa e paisagens da Provença, assim como retratos.

Neles,opintorexp­unhasua saúde física e mental, que era frágil. Depois do episódio em que cortou a própria orelha e a levou a uma das prostituta­s de um bordel, Van Gogh foi internado diversas vezes até que cometeu suicídio.

O surto foi desencadea­do por uma briga com seu parceiro de trabalho Paul Gauguin, outro inovador do pósimpress­ionismo. Gauguin liderou o grupo de vanguarda École de Pont-Aven e desenvolve­u o cloisonnis­me: pinturas com áreas de cor pura e planas que eram circunscri­tas por contornos escuros.

Pós-Impression­ismo

Mais revolucion­ário que seu precursor, levantou atemática social e abriu novos horizontes. Envolveu pintores como Van Gogh, Cézanne e Gauguin

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