Folha de S.Paulo

Crítico da mídia não lê grande imprensa

- LUÍS COSTA

Bruno Eloi, 49, alveja do Twitter “bandos de safados”, “corjas de pilantras”, “fascistas de merda”, “vermes das sombras”, “zumbis funcionais da Globo” e outras figuras.

Esse fã de Raul Seixas, leitor de Maquiavel e crítico ácido da grande imprensa se define como “um cidadão pensador”. “Faço perguntas que incomodam mesmo.”

Em três anos na rede social, o consultor de marketing paulistano já disparou cerca de 82 mil tuítes, algo como 75 por dia —no mais das vezes, comentário­s e compartilh­amentos de outros perfis à esquerda.

A escrita é recheada de palavrões. “Juiz [Sergio] Moro é o pau de bosta do golpe, o que faz o trabalho sujo da Justiça” escreveu em certa ocasião.

Sobre uma comentaris­ta da Globo News, disse: “Você é um Exu do lodo, chafurda no limo das baixas frequência­s, é a pior espécie da escória humana, dissimula, mente, trapaceia”.

Bruno não lê a Folha ,oquenãoo impediu de, no Twitter, mandar o jornal “tomar no centro do olho do núcleo do rabo” por não ter citado o governo Lula em uma reportagem sobre o uso de energia limpa.

O crítico de mídia também não assiste a televisão há um ano. “A grande imprensa informa conforme os interesses financeiro­s. Seis famílias dominam a informação no Brasil.”

Ao vivo, Bruno usa vocabulári­o comedido e ensaia um mea-culpa. “Se um mal intenciona­do qualquer pinçar um comentário meu, é óbvio que estarei falando palavrão e ofendendo. Mas eu sempre explico por que estou criticando”, afirma.

Divorciado, três filhos, Bruno divide o tempo entre o trabalho em home office, maratonas de séries na Netflix, filmes e livros.

A militância, ele afirma, é a de um “cidadão comum indignado”, desgostoso com o “abismo social” brasileiro e em uma cruzada na rede contra a grande mídia. “Se eu puder salvar uma alma, tô feliz”, diz.

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