Sem verba e a um mês de seletiva, basquete atrasa definição de técnico
Seleção feminina, ainda sem treinador, terá classificatório para Mundial em agosto Feminino Masculino
COMANDO
Livre da suspensão imposta pela Fiba (federação internacional) desde junho, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) encontra-se no limite para definir as comissões técnicas de suas seleções às vésperas de importantes campeonatos.
A um mês do início da Copa América feminina, em Buenos Aires, a seleção ainda não tem técnico definido.
O torneio será realizado de 7 a 13 de agosto e classifica as três primeiras colocadas para a Copa do Mundo da Espanha, em setembro de 2018.
O Brasil terá pela frente rivais difíceis pela vaga, como Canadá, Cuba e Argentina. Na última edição, em 2015, a seleção foi apenas a quarta colocada, atrás exatamente destas rivais, na sequência.
A CBB pretende anunciar o novo técnico para a equipe no máximo até sexta-feira (7).
Dois nomes envolvidos no processo seletivo são o extreinador Antônio Carlos Barbosa, 72, e o ex-pivô Marquinhos Abdalla. Os dois fazem parte de um comitê informal que trabalha na estruturação do departamento técnico.
“Esperamos fazer o anúncio do técnico do feminino ‘ontem’”, disse Abdalla.
Barbosa comandou a seleção nos Jogos Olímpicos do Rio e teve outras duas passagens pelo time —entre 1976 e 1984 e de 1996 a 2007.
À Folha, ele afirmou que não trabalharia mais em quadra com a equipe. “Prestei um socorro na última Olimpíada, mas agora já passou.”
O mais provável é que seja recrutado um treinador nacional, porque a confederação não tem caixa para tentar contratar um estrangeiro.
Antônio Carlos Vendramini desponta como um nome interessante para a confederação pela experiência e por já ter treinado a equipe nacional.
Desde março, a CBB é presidida por Guy Peixoto. Ele entrou no lugar de Carlos Nunes, que entre 2009 e 2016 fez as dívidas da entidade chegarem perto de R$ 20 milhões.
A má gestão de Nunes fez com que a confederação perdesse seu principal patrocinador, o Bradesco, e recebesse suspensão da Fiba —o que também levou o Comitê Olímpico do Brasil a suspender repasse de verba da Lei Piva prevista para esta temporada.
“Não temos praticamente nenhuma verba. A montagem das comissões técnicas ficou complicada”, disse Abdalla.
A definição do técnico da seleção masculina é menos urgente que a das mulheres, mas nem por isso deixa de ser preocupação para a CBB.
A equipe disputará a primeira fase da Copa América de entre 25 e 27 de agosto em Medellín, na Colômbia.
Diferentemente do feminino, porém, a competição não vai classificar para a Copa do Mundo de 2019, na China.
A entidade planeja fazer o anúncio na próxima semana, mas não chegou a consenso em relação a uma indicação.
A Folha apurou que o exjogador Marcel está entre os cotados por ser próximo ao presidente Peixoto e representar opção pouco custosa.
Ele tem experiência na direção de clubes. Comandou o Pinheiros, por exemplo. Outro cogitado é Guerrinha. Torneio leva as três primeiras colocadas para a Copa do Mundo de 2018, na Espanha. Brasil corre por fora na disputa direta com Canadá, Cuba e a Argentina Competição reúne principais equipes do continente. Brasil está no grupo com Porto Rico, México, e Colômbia. Se não classifica para a Copa do Mundo de 2019, na China, evento afeta classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020