Bem-humorada, animação nacional ‘Pequeno Colombo’ supera a média
de situações e personagens), há espaço para sutilezas saídas de sei lá onde, seja num breve e improvisado teatro com marionetes, na maneira de mostrar o suicídio de um jovem homossexual ou na belíssima sequência final.
Jodorowsky atinge tanto o sublime quanto o infame, e por vezes chega perto da abjeção. Mas é muito melhor estar nessa gangorra do que dentro do calculado cinema de fórmulas que domina o circuito comercial.
FOLHA
Em meio a gigantes americanos das férias de julho como “Meu Malvado Favorito 3” e “Carros 3”, uma animação brasileira tenta cavar seu espaço nas bilheterias.
Dirigida por Rodrigo Gava, “As Aventuras do Pequeno Colombo” começou a ser produzida em 2009 e foi finalizada em 2014. O resultado de desse longo trabalho pode ser conferido nas telonas a partir desta quinta-feira (6).
Cris, apelido de um tal Cristóvão Colombo, é um menino destemido que embarca numa jornada marítima em busca da lendária ilha de HyBrazil, para tentar salvar seu pai, Domenico Colombo, da falência. Durante a viagem, a versão em miniatura do grande navegador se depara com criaturas fantásticas, cavaleiros templários, piratas e até a grande fera dos oceanos.
Mas ele não está sozinho. Para enfrentar todos os perigos e descobertas, Colombo tem a companhia de Leo e Lisa, amigos fiéis e também figuras conhecidas dos espectadores: Leonardo da Vinci e Mona Lisa. Entre ficção, mitologia e pinceladas históricas, desenrola-se a trama dessa turma improvável, porém simpática e divertida.
Os traços chapados e simples deixam o desenho com cara de “feito à mão”, mas o jogo de sombra e luzes e o uso de recursos digitais dão ares mais moderninhos à produção.
Apesar da previsibilidade do roteiro, “As Aventuras do Pequeno Colombo” fica acima da média ao contar uma história com ingredientes históricos de um jeito descomprometido e bem-humorado.