Promessa é de acabar com tarefa repetitiva
DE SÃO PAULO
Empresas que desenvolvem e aplicam a inteligência artificial em seu cotidiano afirmam que o avanço da tecnologia no mercado não tornará o trabalho humano obsoleto, mas irá acabar com muitas atividades repetitivas e que não exijam qualidades como empatia e criatividade.
Guilherme Novaes, líder de Watson (plataforma de inteligência artificial) na IBM Brasil, diz que a tecnologia não irá substituir o trabalho humano, mas será uma ajudante para tornar as atividades mais produtivas.
“A inteligência artificial visa aumentar o conhecimento do ser humano. Tarefas repetitivas ou que tomam muito tempo de pesquisa podem ser feitas por sistemas cognitivos, com a vantagem de ter uma capacidade de leitura e memória muito melhor do que a nossa.”
Carlos Barrios, diretor do Hospital do Câncer Mãe de Deus, parceira da IBMnaadoçãodoWatson em tratamentos, afirma que robôs podem armazenarconhecimento,mas não possuem qualidades humanas essenciais.
“O Watson não tem empatia, não entende o que o paciente precisa no momento, não pega na mão dele. Ele te dá conhecimento. É importantíssimo, mas não é tudo o que o médico precisa.”
Raphael Bozza, gerente da Kraft Heinz (que usa inteligência artificial na seleção de trainees), afirma que o contato humano não deve ser deixado de lado no momento do recrutamento.
“Posso estar sendo mais antigo, mas acredito que o brilho no olho, a comunicação frente à frentesãoimprescindíveis no processo de seleção.”
O advogado do futuro também será menos dependente de memória e fará menos tarefas repetitivas, afirma Gabriel Senra, cofundador da Linte, empresa que desenvolve inteligência artificial para o setor jurídico.
Ricardo Chisman, diretor da Accenture, diz que transformações tecnológicas sempre tornam empregosobsoletos,mastêm o potencial de criar novas atividades, como profissionais que possam treinar os sistemas baseados em inteligência artificial.