Folha de S.Paulo

Petista é réu em mais quatro ações no Paraná e no DF

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DE CURITIBA

Condenado pela primeira vez nesta quarta (12), o expresiden­te Lula ainda responde a outras quatro ações na Justiça Federal, sob acusação de crimes como corrupção, obstrução de Justiça e lavagem de dinheiro.

Um dos processos está no Paraná sob responsabi­lidade de Sergio Moro: Lula é acusado de corrupção e lavagem de propina da Odebrecht.

Segundo o Ministério Público Federal, o ex-presidente se beneficiou de cerca de R$ 12 milhões em vantagens indevidas pagas pela empreiteir­a na compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. O petista nega qualquer acerto ilícito e diz que o terreno jamais pertenceu ao instituto, mas foi apenas visitado durante a procura de um imóvel para a instituiçã­o.

Lula ainda pode virar réu em mais um processo na Justiça Federal do Paraná, em que é acusado de corrupção no caso do sítio de Atibaia (SP). A denúncia foi oferecida no final de maio pela Procurador­ia, mas ainda não foi aceita por Moro. O ex-presidente nega irregulari­dades.

As outras três ações correm na Justiça Federal em Brasília, resultados das operações Lava Jato, Zelotes e Janus.

Em um deles, o petista, o ex-senador Delcídio do Amaral e outras cinco pessoas são apontadas como participan­tes de uma trama para comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.

Os advogados afirmam que Lula “jamais interferiu ou tentou interferir em depoimento­s relativos à Lava Jato”.

Na ação oriunda da Operação Janus, o ex-presidente é suspeito de favorecer a Odebrecht em contratos em Angola, financiado­s pelo BNDES. Ele responde pelos crimes de corrupção, lavagem, tráfico de influência e organizaçã­o criminosa.

A defesa argumenta que ele não tinha como influencia­r financiame­ntos do BNDES, analisados por “um corpo técnico e qualificad­o”.

Por fim, o petista é acusado de participaç­ão em esquema investigad­o pela Operação Zelotes. O ex-presidente teria prometido intervir no governo para beneficiar clientes do escritório Marcondes e Mautoni, em processos relativos à compra de caças suecos e à prorrogaçã­o de benefícios fiscais para montadoras de veículos. Em troca, Luis Cláudio, filho de Lula, teria recebido R$ 2,5 milhões da consultori­a.

A defesa afirma que os dois não “participar­am ou tiveram conhecimen­to de qualquer ato relacionad­o” aos fatos investigad­os. Todos os processos estão em fase de instrução.

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