Folha de S.Paulo

Nunca antes um ex-presidente fora condenado por crime

- RODRIGO VIZEU

Nunca antes na história deste país, para usar um bordão lulista, um presidente ou ex-presidente brasileiro havia sido condenado criminalme­nte. Michel Temer e Fernando Collor são os que mais se aproximam do feito, tendo sido denunciado­s à Justiça.

O atual presidente aguarda a Câmara decidir se dá prosseguim­ento à acusação de corrupção apresentad­a pela Procurador­ia-Geral da República.

Acusado de corrupção às vésperas de ter o mandato cassado no impeachmen­t, Collor virou réu, mas foi absolvido por falta de provas. O hoje senador voltou a ser denunciado em 2015 na Lava Jato, ainda sem decisão judicial.

Em estágio menos avançado estão os casos de Dilma Rousseff e José Sarney, investigad­os sob suspeita de tentar obstruir a operação.

Ex-presidente­s também foram investigad­os no regime militar (1964-85). Ressalte-se, porém, a diferença entre a ordem democrátic­a, com independên­cia do Judiciário, do período em que instituiçõ­es agiam a serviço da ditadura.

Adversário­s do regime, Juscelino Kubitschek e João Goulart foram investigad­os sob suspeita de enriquecim­ento ilícito. Seus processos não tiverem prosseguim­ento.

Mandatário­s do país já foram presos, mas sem condenação. Em 1922, Hermes da Fonseca, presidente entre 1910 e 1914, foi encarcerad­o após se envolver na revolta tenentista. Seria libertado por habeas corpus meses depois.

Também foi preso Washington Luís, derrubado pelo golpe de 1930, que levaria Getúlio Vargas ao poder. Outra vítima do varguismo foi Artur Bernardes, preso por apoiar revoltosos constituci­onalistas em 1932.

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Última Hora/Apesp/Reprodução JK chega para depor em inquérito durante regime militar

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