Líder é alvo de 1º pedido de impeachment
DA ASSOCIATED PRESS
Um deputado da Califórnia protocolou nesta quarta-feira (12) o primeiro pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump.
O democrata Brad Sherman acusa Trump de obstruir as investigações sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016, em parte pela demissão do diretor do FBI James Comey. Sherman admite que entrar com o pedido “é o primeiro passo de uma longa jornada”.
“Mas, se a incompetência impulsiva continuar, então finalmente —daqui muitos, muitos meses— os republicanos se juntarão ao esforço do impeachment”, afirmou o deputado democrata.
Em uma Câmara com maioria republicana, o impeachment tem hoje poucas chances de sucesso. Sherman não tem nem sequer o apoio oficial do Partido Democrata.
O pedido deve ser analisado pela Comissão de Justiça da Câmara —formada por 24 republicanos e 17 democratas. Assim, é pouco provável que a ação resulte em um parecer favorável ao impeachment.
Os democratas têm se distanciado dos esforços de afastar Trump, por acreditar que isso apenas fortalece os apoiadores do republicano.
O pedido foi aberto um dia depois que Donald Trump Jr. admitiu ter se encontrado com uma advogada russa durante a campanha do pai à Presidência no ano passado.
Natalia Veselnitskaia foi descrita pelo intermediário do encontro como “uma advogada do governo russo”.
Os contatos, descobertos no último fim de semana, foram feitos, segundo o próprio Trump Jr., para conseguir informações negativas sobre a candidata democrata, Hillary Clinton. Ele também admitiu saber que os dados vinham de Moscou.
Quatro ex-presidentes americanos já enfrentaram um processo de impeachment —apenas um, o republicano Richard Nixon, em 1974, deixou de ser presidente. Ele renunciou antes de a Câmara votar o impeachment.
Em 1842, John Tyler foi acusado de usar vetos presidenciais de forma ilegal. Andrew Johnson teria demitido um secretário de forma ilegal e foi alvo de pedido similar em 1868, mas resistiu.
Bill Clinton, em 1998, foi acusado de perjúrio e obstrução da Justiça. Condenado na Câmara, o democrata foi absolvido pelo Senado.