Comércio brasileiro volta a patinar e recua 0,1% em maio
DA REUTERS
O varejo brasileiro voltou a patinar em maio, com uma queda de 0,1% em relação a abril. O resultado decepcionou especialistas, que esperavam uma alta de 0,35%.
O resultado consolida uma tendência verificada desde o fim de 2016, em que o comércio brasileiro não consegue engrenar dois meses seguidos de alta —em abril houve crescimento de 0,9%.
O último bimestre de expansão foi no fim de 2014, logo após a eleição.
Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve um crescimento de 2,4%, bem abaixo da expectativa projetada por analistas de 3,2%.
“Enquanto a confiança não voltar a acelerar, o varejo vai continuar patinando, e isso depende muito do cenário político. Para junho, também podemos esperar deterioração”, afirmou Jessica Strasburg, economista da corretora CM Capital Markets.
Ainda que a inflação esteja baixa para os padrões históricos (3% em junho em relação ao mesmo período de 2016), o consumidor mantém o receio de gastar devido ao alto desemprego (13,2% em maio). E a crise política, após a delação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, abalou ainda mais a confiança do brasileiro.
A queda de 0,1% maio é resultado das fortes perdas nas vendas de vestuário e calçados, sinal de dificuldade de recuperação consistente da atividade econômica.
As vendas do setor de tecidos, vestuário e calçados foram as que mais sofreram, com queda de 7,8% depois de avanço de 4,6% em abril. O resultado chama a atenção porque os resultados de maio costumam vir melhores por causa do Dia das Mães.
Na comparação com o mesmo mês de 2016, houve um crescimento de 2,4%, bem abaixo da expectativa projetada por analistas, de 3,2%. A alta foi a maior registrada pelo setor em três anos.