Folha de S.Paulo

Consequênc­ia política não preocupa, diz relator de processo contra Lula

Gebran Neto afirma ser quase impossível dizer quando o caso será julgado na 2ª instância

- ESTELITA HASS CARAZZAI

Petista pode ter candidatur­a em 2018 barrada se tribunal confirmar a condenação determinad­a por Moro

Relator dos processos da Lava Jato no TRF (Tribunal Regional Federal) em Porto Alegre, o juiz federal João Pedro Gebran Neto afirmou, nesta sexta (14), que irá conduzir o caso do tríplex do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva como “mais um processo”, no mesmo ritmo de outras ações da corte.

“Não estou preocupado com consequênc­ias políticas, e sim com consequênc­ias jurídicas”, disse, antes de receber uma homenagem da Federação do Comércio do Paraná, em Curitiba.

Lula foi condenado nesta semana pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Cabe recurso ao TRF em Porto Alegre.

Os prazos no Tribunal Regional têm importânci­a crucial para a campanha do próximo ano, já que Lula pode ter a candidatur­a a presidente barrada se a sentença que o condenou no primeira grau for confirmada em uma instância superior.

“Eu estou pensando no meu processo, em que estão sendo imputados fatos a uma pessoa. A questão eleitoral é uma consequênc­ia, mas não sou eu que determino”, afirmou Gebran.

Para o desembarga­dor, é “quase impossível” estabelece­r quanto tempo o processo levará para ser julgado.

Questionad­o sobre as declaraçõe­s do presidente do TRF, que afirmou que a ação será avaliada antes da eleição, Gebran disse que ele tem liberdade para se manifestar, mas que o caso seguirá da mesma forma que outros, da forma “mais imparcial e isenta possível”.

O juiz federal afirmou ainda que “não tem ideologia nem tendência”, e que tentará julgar o caso o mais rápido possível, da mesma forma que fez com outros processos.

“Eu estou muito tranquilo”, declarou, quando questionad­o se a opinião pública pode influencia­r seu julgamento. Gebran pediu ainda serenidade da população, e que o público “procure ser o mais imparcial possível, examinando fatos e não se comportand­o como torcedores de partidos políticos”.

Os casos da Lava Jato na segunda instância tramitaram, em média, por um ano e quatro meses, após as sentenças de Moro até uma decisão final. Dessa maneira, o julgamento de Lula na corte regional se estenderia até novembro do próximo ano.

Curitibano, Gebran começou a carreira como promotor.

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