DIPLOMACIA EMBAIXADOR NO BRASIL VAI VOLTAR A PARIS
O presidente da França, Emmanuel Macron, enalteceu nesta sexta-feira (14) a aliança com os Estados Unidos e disse que “nada nunca vai separar” os dois países.
A declaração foi dada durante visita do presidente dos EUA, Donald Trump, à França. O norte-americano foi o convidado de honra da comemoração da Queda da Bastilha e participou ao lado de Macron da parada militar na avenida Champs Élysées.
“A presença de Trump e de sua mulher [Melania Trump] é o sinal de uma amizade que atravessa o tempo”, disse Macron. “Quero dizer obrigado aos EUA pela decisão que tomaram há 100 anos”, acrescentou, referindo-se à entrada dos EUA na Primeira Guerra Mundial.
Macron disse que, ao longo de sua história, a França encontrou “aliados firmes”. “Os EUA são desses: é por isso que nada nunca vai nos separar”, afirmou.
O republicano não fez nenhum discurso após o desfile do 14 de Julho, mas agradeceu a Macron depois, em um comunicado enquanto já voltava para Washington. “Os EUA e a França nunca serão derrotados ou separados.”
Trump chegou a Paris na quinta (13) e deixou em aberto a possibilidade de os EUA retornarem ao Acordo de Paris sobre o clima –do qual o país norte-americano se retirou em junho.
Os líderes também conversaram sobre um plano conjunto de ação para a Síria após a guerra civil.
A inesperada sintonia entre Trump e Macron durante a estada do líder americano foi vista por vários momentos, especialmente pelos apertos de mão entre os dois.
Em um determinado ponto do desfile, Trump segurou longamente —mais precisamente, por 29 segundos— a mão do presidente francês enquanto também cumpri- mentava a primeira-dama da França, Brigitte —a quem, aliás, elogiou abertamente na véspera, dizendo duas vezes que ela estava em boa forma e a chamando de linda. TENSÃO ANTERIOR Os afagos de agora contrastam com o cenário de pouco tempo atrás. Em maio, Trump foi à Bélgica para uma reunião de líderes da Otan (aliança militar ocidental) e teve O embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, deixará o posto. Ele assume, no dia 24, uma diretoria no Ministério de Relações Exteriores do governo de Emmanuel Macron. Em Brasília desde setembro de 2015, Bili contou à Folha que foi convidado para retornar a Paris. Seu substituto no Brasil ainda não foi anunciado um encontro com Macron.
O aperto de mão entre os dois foi tão forte e com aparente tensão que passou a impressão de que o francês não queria demonstrar fraqueza diante do americano.
Durante a campanha presidencial francesa, Trump chegou a dizer que a ultranacionalista Marine Le Pen, rival de Macron, era a “mais forte para lidar com o que está acontecendo com a França”, numa referência aos recentes ataques terroristas sofridos pelo país. Porém, logo depois da vitória do centrista, Trump se disse “ansioso” para trabalhar com Macron.
Os dois presidentes chegaram ao poder como candidatos outsiders. Aos 39 —mesma idade do filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr.—, Macron começou seu próprio movimento político há pouco mais de um ano.
Ele obteve uma sólida maioria parlamentar e ostenta bons índices de aprovação. Apesar de também ter o controle das duas Casas legislativas, Trump vê sua aprovação em queda, e grande parte da sua agenda política está emperrada.