Folha de S.Paulo

A USP não tem que olhar para a Lei de Cotas. A USP é

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Folha - Em que medida a crise financeira da USP impacta nas ações da universida­de, como na pesquisa?

Marco Antonio Zago -Eu fui injustiçad­o pelo destino, porque me preparei a vida toda para ser reitor, quando eu pleiteei estava preparado para isso. Mas quando assumi, chega a notícia de que não só acabou o dinheiro, mas vamos gastar mais do que se imaginava. E tivemos que virar gestores de uma crise administra­tiva e financeira.

Mas eu tenho a sensação de que, em grande parte, controlamo­s. Se a economia melhorar um pouquinho, a universida­de está resolvida. Eu saio com essa satisfação. Muitos sonhos de incentivo à pesquisa não pude realizar, mas uma coisa é certa: a universida­de não sofreu abalo sistêmico. Se a crise fosse mais prolongada, teríamos mais consequênc­ias. Como fica a situação do Hospital Universitá­rio, que sofre com falta de funcionári­os e diminuição de atendiment­os?

Um dos nossos grandes problemas é quantidade de servidores em relação ao número de professore­s. Porque a missão central da universida­de é educativa.

O hospital infla o número de funcionári­os porque precisa, mas ter hospital não é necessário para ensinar profissões da saúde, e a maioria das universida­des não têm.

A maior parte do curso é Sindicatos apontam que o senhor teve uma gestão ditatorial e não conversa. Por quê?

Faz parte da disputa política. Não podemos esquecer que durante muitos anos os sindicatos tiveram força crescente nas decisões. Por muitos anos, teve período tradiciona­l de greves, sabia-se que de maio a agosto haveria greve. Isso não está acontecend­o mais. Isso obviamente os preocupa. O que se ganha com cotas?

A USP existe para atender a sociedade e, agora, ela faz melhor sua função social. Ela sempre fez esse papel, permitiu ascensão social de muita gente que não teria oportunida­de. Agora, o que há é uma enorme e clara pressão para que os jovens da classe média baixa, que não têm acesso ao ensino A Lei de Cotas federal traz um critério de renda, para os mais pobres. Por que isso não ocorreu na USP?

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