Sistema S fortalece a sociedade
Criticar ou pleitear o fim do Sistema S é ir contra investimentos em educação e qualificação que são de responsabilidade do Estado
As reformas que tramitam em Brasília têm causado o acirramento dos debates e alguns equívocos, até mesmo por parte de empresários, entre eles alguns queridos amigos.
Ao defender o fim da contribuição sindical compulsória, mudança que há anos recebe o apoio da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), acabaram mirando no Sistema S, que recebeu críticas infundadas.
Não se pode comparar a necessária atualização das leis trabalhistas e o fim do imposto sindical aos investimentos voltados à educação, saúde e ao bem-estar.
No Rio de Janeiro, Sesi e Senai atendem por ano, em média, a mais de 155 mil jovens e trabalhadores. Nos últimos cinco anos, mais de R$ 178 milhões foram investidos na ampliação e modernização das escolas do Senai. Apenas em 2016, a edução profissional recebeu R$ 209 milhões.
Já ao Sesi destinaram-se, no ano passado, mais de R$ 130 milhões para a educação básica. Nos últimos cinco anos, realizaram-se mais de 2,5 milhões de consultas médicas e odontológicas e quase 6 milhões s de atividades esportivas e de lazer.
Tais números, embora expressivos, são insuficientes para dimensionar os ganhos alcançados com os investimentos. Essas instituições mudam o ciclo produtivo da indústria, com reflexos diretos na diminuição do desemprego, na qualificação necessária a segmentos específicos do mercado, no aumento da renda e, principalmente, na melhora da vida das famílias.
As críticas às federações que fazem a gestão do Sistema ameaçam interromper um trabalho de credibilidade e prejudicar o futuro de jovens que encontram nesses cursos e oficinas sua única chance de acesso a uma qualificação fundamental.
Não é justo condenar as federações por atitudes de empresários que se utilizam de sua posição para objetivos eleitorais próprios ou de terceiros —ou pior ainda, para interesses pecuniários. Além disso, quem assumiria a administração dos S’s, se o governo não tem braços para alcançar a agenda atual?
No ano passado, Senai e Sesi do Rio superaram suas metas de gratuidade. Mais de 70% do orçamento do Senai foi destinado a cursos gratuitos. Quem irá pagar por isso se a gestão do sistema for modificada?
É importante destacar, por fim, que as entidades do Sistema S não têm fins lucrativos e possuem autonomia administrativa e financeira. Financiadas por recursos parafiscais, são submetidas a fiscalizações periódicas de órgãos governamentais.
O sistema Firjan conta com uma unidade de auditoria interna com atuação independente. Duas vezes ao ano acontecem ainda as auditorias externas do TCU e CGU.
Além disso, as entidades seguem regras de compliance estritas. O estatuto proíbe, por exemplo, a presença, em sua diretoria, de pessoas em cargos políticos. Empresários da Firjan também são proibidos de contratar parentes e de prestar serviços particulares através de suas empre- sas para o sistema.
Diante disso, vejo de forma bastante míope a intenção de vilanizar as federações pela gestão de serviços que, ao fim da cadeia, serão direcionados em benefício da indústria e da sociedade.
Criticar ou pleitear o fim do Sistema S é ir contra investimentos em educação e qualificação que são de responsabilidade do Estado. É um retrocesso pelo qual a indústria e o mercado de trabalho, hoje tão combalidos, não merecem passar.
Temos orgulho, no Rio, de oferecer aos nossos alunos as melhores condições de ensino, com equipamentos de ponta, não apenas permitindo uma formação robusta mas principalmente a transformação social. EDUARDO EUGENIO GOUVÊA VIEIRA
Contrário ao populismo barato presente no presidencialismo da América do Sul, o parlamentarismo existe faz tempo na Europa e nos países civilizados. Crises, quando existem, são resolvidas em uma semana, com providências rápidas como mudança do chefe de governo ou até mesmo dissolução do Parlamento para novas eleições. Resta explicar ao povão as vantagens do regime parlamentarista antes de inventarem outro plebiscito. Duvido que essa casta podre de políticos vá aceitar essa mudança.
VICTOR CLAUDIO
Sem reforma eleitoral não há possibilidade de implantar o parlamentarismo. Ou alguém acha que devemos entregar o governo na mão dos caciques tabajaras que existem hoje no país?
CLEOMAR PESTILLI DA SILVA
Entrevista com Haddad Respondendo à leitora que pergunta a quem interessa a opinião do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (Painel do Leitor, “Opinião”, 18/7), respondo que interessa a quem, sem preconceitos ideológicos ou partidários, quer conhecer a opinião de pessoas realmente interessadas em debater ideias e propostas para a política de nosso país. É bom lembrar o que tivemos por longo tempo Aécio Neves como colunista e também uma entrevista de página inteira com o investigado Michel Temer. Democracia é isso.
JOSÉ AMADEU PIOVANI
Repatriação de recursos
Em respeito aos leitores da Folha, é preciso esclarecer ao colunista Hélio Schwartsman que São Paulo, assim como outras grandes cidades do mundo, adotou a regulação dos aplicativos de trânsito para garantir a segurança dos usuários e dos motoristas das empresas credenciadas. A medida exige do prestador um serviço de qualidade, em contrapartida do uso do viário público. Medieval, ou até mesmo primitivo, seria uma administração pública que não adotasse essas medidas em favor da cidade e dos usuários de aplicativos.
EDUARDO GUEDES,
Nabil Bonduki, candidato derrotado a vereador pelo PT, insiste em desrespeitar os leitores da Folha e usa a sua coluna para fazer campanha partidária contra a atual gestão municipal. Dessa vez, insinua que o acordo —ainda em construção, ressalte-se— para resolver o impasse a respeito do parque Augusta envolve relações promíscuas e pouco transparentes. A gestão do prefeito João Doria não incorre em práticas habituais do partido ao qual pertence Bonduki. O articulista omitiu de propósito que a solução está sendo negociada com a participação e supervisão do Ministério Público (“De olho no parque Augusta”, “Opinião”, 18/7).
FÁBIO SANTOS, RESPOSTA DO COLUNISTA NABIL BONDUKI -
O artigo não insinua nada; alerta a opinião pública para a exigência de licitação na venda de um bem municipal, que não pode ser negociado com um único interessado. É o secretário que insiste em partidarizar um debate importante para a cidade.
Falo, com certeza em nome de vários pais, que ficaremos “chorando na porta da escola” sem suas sábias orientações, Rosely Sayão (“Despedidas”, “Cotidiano”, 18/7).
CLAUDIA F. DE ALMEIDA MOURA