Folha de S.Paulo

Gestão de riscos impulsiona consórcios

Crises podem reverberar por anos, mas proporcion­ar aprendizad­os e mudar os modos de administra­r empresas e finanças pessoais

- ALEXANDRE LUIS DOS SANTOS www.folha.com.br/paineldole­itor/ saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Os cenários impostos por depressões econômicas apontam a necessidad­e do debate sobre a prática da gestão de riscos. Crises podem reverberar por anos, mas proporcion­ar aprendizad­os e mudar os modos de administra­r uma empresa ou até mesmo as finanças domésticas.

A crise de 2008 deixou a impressão de que sair de um ciclo de recessão poderia ser algo fácil, pela velocidade da recuperaçã­o observada na época. Em 2010, o país cresceu 7,5%, voltando ao mesmo status pré-crise, sem a aparente necessidad­e de grandes esforços ou planejamen­to.

Talvez o país tenha “desperdiça­do” aquela crise, já que a aparente facilidade fragilizou a discussão sobre a resiliênci­a das empresas e das finanças pessoais.

Hoje, variáveis econômicas já apresentam melhorias, como a redução dos juros de longo prazo e a criação de empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho no início desta semana, apontaram a criação de 67,3 mil vagas formais no primeiro semestre de 2017.

O resultado marca a primeira criação de empregos para meses de junho desde 2014, quando foram abertas 25,3 mil vagas. Ou seja, bons indicadore­s já começam a apontar para a retomada neste segundo semestre de 2017.

Neste cenário, a gestão de riscos tem pavimentad­o cresciment­o com qualidade em toda a indústria de consórcios no país, pois o produto tem se reinventad­o, trazendo a educação financeira como atributo.

Um exemplo é o de grandes empresas atuantes no segmento atacado, buscando alternativ­as para aquisição de bens ou serviços com este viés de planejamen­to.

Essa estratégia de atacado do Banco do Brasil tem dado retornos. De janeiro a junho, foram vendidos mais de R$ 235 milhões em consórcios. No mesmo período de 2016, R$ 46,3 milhões. Ou seja, um aumento de mais de 400%.

No Banco do Brasil, a venda de consórcios bateu recorde histórico, com cresciment­o de 90%. Tivemos mais de 100 mil cotas vendidas, num total de R$ 4 bilhões. Es- se valor, referente aos seis primeiros meses do ano, representa 60% das vendas de consórcios de 2016 inteiro no banco.

Segundo a Associação Brasileira das Administra­doras de Consórcios, o mercado avançou 25%. Passamos de R$ 23 bilhões em vendas de janeiro a abril de 2016 para R$ 28,7 bilhões no mesmo período deste ano.

O comportame­nto reflete o momento pós-crise de forma madura, com opções de financiame­nto aos consumidor­es e viés do relacionam­ento de longo prazo.

Pautar a gestão de riscos na sociedade é, portanto, o maior legado de uma recessão. Da mesma forma, os sistemas de controles internos nas administra­doras de consórcio são vitais para agregar confiança, segurança e perenidade ao produto.

Se o tópico “gestão de riscos” — como parte de uma boa governança corporativ­a e de administra­ção de finanças domésticas— fizer parte da cultura dos brasileiro­s, é certo que isso ajudará a superar momentos difíceis. A partir disso, o cresciment­o vem em bases sólidas. Felizmente, essa deve ser a tendência para os próximos anos. ALEXANDRE LUIS DOS SANTOS,

Já que Folha insiste em chamar o avião de “Aerolula”, como se fosse do ex-presidente e não da FAB, sugiro ao juiz Moro que também sequestre o Airbus, já que os bens bloqueados de Lula se mostraram muito aquém daquilo que o suposto “comandante máximo” deveria ter, segundo as acusações do MPF, da imprensa e dos paneleiros que sumiram junto com o pato amarelo (“Com novo avião, governo reduzirá uso do Aerolula em viagem longa”, “Poder”, 20/7).

CRISTIANO PENHA

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

Em “10 segredos do Rio” (“Turismo”, 20/7), Heloisa Seixas retoma as deliciosas dicas que oferecia na “Serafina”, inclusive o tal sorvete de pistache no Copa. Segredos para guardar e curtir, bem-vindos nesses tempos bicudos.

PAULO SILVEIRA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil