Folha de S.Paulo

Desconheci­do, oropouche pode ser o novo vírus a preocupar o país

Patógeno já registrado no país tem potencial de emergir e virar problema de saúde pública

-

Vírus causa sintomas similares aos da dengue e é transmitid­o por mosca que se multiplica com acúmulo de água

organismo humano.

Há várias formas de hantavírus país afora, e uma das mais temidas é conhecida como Araraquara, com taxa de letalidade de 50%. Há uma relação estreita entre desmatamen­to e avanço da fronteira agrícola, de um lado, e o aparecimen­to de casos.

Os roedores silvestres que transmitem os vírus costumam se multiplica­r em áreas de ambiente perturbado pela ação humana, e é o contato com o vírus presente nas fezes, na urina e na saliva dos bichos que traz a doença para moradores da zona rural.

A bordo de seu “Hantamóvel”, com equipament­os de biossegura­nça apropriado­s, os pesquisado­res da USP têm identifica­do as espécies de roedores que carregam os vírus com mais frequência, além de isolar o Araraquara em duas espécies de morcego, uma comedora de frutas e outra sugadora de sangue.

Para Figueiredo, um dos principais caminhos para controlar ambas as ameaças é desenvolve­r métodos mais rápidos e precisos de diagnóstic­o, algo no qual sua equipe tem trabalhado.

A OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) lançou, nesta quinta (20), um relatório sobre a situação do HIV no mundo no qual faz um alerta para o aumento da resistênci­a do vírus aos medicament­os disponívei­s.

Segundo a OMS, esse cresciment­o pode minar o progresso global no tratamento e na prevenção da infecção por HIV caso uma ação rápida não seja tomada.

Em seis dos 11 países pesquisado­s na África, Ásia e na América Latina, cerca de 10% das pessoas que estavam começando o tratamento com antirretro­virais tinham uma cepa do HIV resistente a alguns dos remédios mais usados.

“A resistênci­a a medicament­os é um desafio crescente à saúde global”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, diretor-geral da OMS.

O problema surge quando as pessoas não aderem ao tratamento prescrito, em geral porque elas não têm acesso consistent­e a cuidados de qualidade e terapias contra o HIV. Em pacientes com resistênci­a aos medicament­os contra HIV, o tratamento não funciona adequadame­nte; eles podem também transmitir os vírus resistente­s a outras pessoas. O nível de HIV no sangue pode subir, a não ser que se mude para um novo regime de tratamento, que pode ser mais caro e mais difícil de ser obtido.

Dos 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, 19,5 milhões tiveram acesso aos tratamento­s antirretro­virais em 2016, ou seja, mais de 53%.

Por isso, a OMS lançou novas diretrizes para ajudar os países a lidar com a resistênci­a às drogas contra o HIV. Elas recomendam que os países monitorem a qualidade de seus programas e ajam assim que as falhas no tratamento sejam detectadas.

Modelos matemático­s mostram que 135 mil novas mortes e 105 mil novas infecções podem ocorrer nos próximos cinco anos se nada for feito contra a resistênci­a.

Contudo, a OMS também afirma no relatório que o número de novas infecções pelo HIV está em queda, ainda que a um ritmo muito lento para conseguir erradicar a epidemia.

Além disso, as mortes relacionad­as à Aids caíram pela metade desde 2005.

Em 2016, 1 milhão de pessoas morreram por causa do HIV, quase metade do 1,9 milhão registrado em 2005, o que a OMS chama de “virada decisiva”.

O avanço se explica, em parte, pela melhor difusão dos antirretro­virais.

“Mas nossa luta para pôr fim à Aids está apenas começando. Vivemos tempos difíceis, e os avanços conquistad­os podem se apagar facilmente”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAids, programa da ONU contra a Aids.

A UNAids se preocupa com a explosão da epidemia na parte leste da Europa e na Ásia central, onde o número de mortes aumentou 27% em seis anos e as novas infecções em 60%.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil