Com Chico e Ney, prêmio de música supera falta de verba
Gritos de ‘fora, Temer’ ecoaram no Teatro Municipal do Rio durante cerimônia
Sem patrocínio, evento teve andamento mais dinâmico e ingressos vendidos para o público pela primeira vez
Uma noite de premiação e homenagens que escala como convidados os magnéticos Chico Buarque e Ivete Sangalo, mais jovens elétricos como Karol Conka e o BaianaSystem, arrisca escantear seu homenageado. Isso se este não fosse o igualmente elétrico e magnético Ney Matogrosso, estrela da cerimônia do 28º Prêmio da Música Brasileira.
A celebração, realizada na quarta (19) no Teatro Municipal do Rio, teve pela primeira vez ingressos vendidos para o público, em consequência da inédita falta de patrocínio. Os efeitos foram sentidos: um grito de “fora, Temer” ecoou na sala quando Chico Buarque, o convidado mais aguardado da noite, se preparava para cantar a sua “As Vitrines”.
Antes, o idealizador do prêmio,
Veja os premiados em algumas categorias
José Maurício Machline, lembrou das dificuldades para montar essa edição sem patrocinador. “Parece que tudo à nossa volta quer que a gente desista”, disse.
Apresentada pela atriz Maitê Proença e pela cantora Zélia Duncan, a cerimônia foi até mais dinâmica do que de hábito —havia 79 indicados em 35 categorias, mas o ritmo não ficou arrastado como em anos anteriores.
A escassez de dinheiro não teve maior impacto no cenário (aproveitado do próprio Municipal), e os erros e falhas técnicas não foram mais numerosos do que de costume. O improviso só ficou mesmo evidente na hora de anunciar os indicados de cada categoria, o que foi feito com gravações toscas de artistas, que citavam os concorrentes.
Nas apresentações musicais, sempre dedicadas ao homenageado, os convidados alternaram altos e baixos cantando o repertório de Ney.