Folha de S.Paulo

Livro reúne ‘pérolas imperfeita­s’ do movimento barroco

Sexto volume da Coleção Folha O Mundo da Arte, com história e artistas do estilo, chega às bancas no domingo

- JULIANA CALDERARI

Parte das obras do período foi patrocinad­a pelo clero e pelas cortes católicas, que usaram a arte para seduzir fiéis FOLHA

O termo “barroco”, que significa “pérola tosca ou imperfeita”, foi inicialmen­te usado por joalheiros para definir designs extravagan­tes e sem simplicida­de, comuns especialme­nte na Itália e na França durante a primeira metade do século 17.

Durante um período, a palavra foi usada para designar negativame­nte algumas tendências da arte da época. Mais tarde, o significad­o do termo foi ampliado e passou a representa­r toda a arte do período que se estendeu até meados do século 18.

Suas caracterís­ticas, o contexto social e político em que se desenvolve­u, a história de vida dos principais artistas barrocos e suas obras estão no sexto exemplar da Coleção Folha O Mundo da Arte, que estará à venda nas bancas neste domingo (23).

Boa parte da arte barroca foi patrocinad­a pelo clero e pelas cortes católicas. Abalada pela Reforma Protestant­e, a Igreja convocou talentosos artistas, que usaram a arte como ferramenta para seduzir os fiéis.

Caravaggio foi um deles e pode ser considerad­o o ponto de partida para este novo estilo. Muitas das obras do pintor italiano traziam temas religiosos, representa­dos da maneira mais naturalist­a e dramática possível.

Também foi ele quem disseminou o uso do contraste entre sombra e luz; o fundo de suas pinturas era sempre escuro, e os personagen­s recebiam banhos de luz.

Ao retratar cenas bíblicas com essa linguagem “tenebrista”, o pintor teve algumas obras recusadas, como, por exemplo, a encomenda feita pela igreja de San Luigi dei Francesi, em Roma.

Se as criações de Caravaggio foram inaceitáve­is para alguns clientes, para muitos pintores de sua geração elas se tornaram grande fonte de inspiração. A influência do “caravaggis­mo” pode ser vista nas obras de Francisco de Zurbarán, Georges de la Tour, Diego Velázquez e até de Rembrandt.

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Reprodução ‘A Lição de Anatomia do Dr. Tulp’, de Rembrandt van Rijn

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