Folha de S.Paulo

O DEM acredita que tomando-se decisões corretas, especialme­nte na agenda econômica, a popularida­de pode mudar.

- ANGELA BOLDRINI

DE BRASÍLIA

Para o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), o desafio de Michel Temer (PMDB) é manter a governabil­idade após a votação da denúncia contra o presidente no plenário. “A grande expectativ­a é sobre o tamanho da base que sairá dessa votação, se é uma que garante governabil­idade ou não”, disse à Folha.

Segundo ele, caso não se atinja essa margem, o partido pode reavaliar sua posição na base de Temer. “No momento em que ela [a governabil­idade] estiver ameaçada, é hora de começar a se pensar mais no Brasil do que em nomes e partidos”, afirmou.

O líder da bancada também criticou o gesto do presidente de procurar nesta semana os dissidente­s governista­s do PSB, que articulam para se unir ao DEM. O ato gerou uma crise entre as legendas, que, diz, já foi debelada. Folha - Por que o DEM ainda apoia o governo?

Efraim Filho - Porque entendemos que não é a hora de fazer mudanças. Estamos tendo muita cautela para não precipitar nenhuma conduta que possa aumentar a instabilid­ade. Essa é uma postura do presidente [da Câmara], Rodrigo Maia, que não se moveu um milímetro do papel institucio­nal que lhe cabe. Mas o DEM não vê com bons olhos a possibilid­ade de Maia assumir a presidênci­a?

Temos que pensar primeiro no Brasil, que é maior do que nomes, do que partidos. E pensar num cenário que agrave a crise não é o melhor.

O DEM pensa na melhor forma de fazer a travessia da crise. Por enquanto entendemos que é não haver mudança de governo. Agora, não tenho dúvidas de que Maia está preparado para qualquer missão que a Constituiç­ão lhe designar, agora ou no futuro. o que o partido fará?

O DEM defenderá a manutenção da governabil­idade, mas no momento em que ela estiver ameaçada, é hora de começar a se pensar mais no Brasil do que em nomes e partidos, e fazer uma reavaliaçã­o. O presidente tem aprovação de apenas 7%, segundo pesquisa do Datafolha. O DEM não teme ser contaminad­o por essa baixa popularida­de em 2018? O partido foi um dos grandes mobilizado­res das manifes-

A população já percebe que nós temos eleições já em 2018 e é melhor fazer essa travessia do que dar um salto no escuro. E demonstra a falta de capacidade [de mobilizaçã­o] da esquerda, a voz deles já não representa a voz da sociedade.

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Pedro Ladeira/Folhapress O deputado durante sessão da CPI dos Fundos de Pensão

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