Brasil acaba Olimpíada de matemática em 37º lugar
Equipe ganhou 2 pratas, 1 bronze e 3 menções
DO RIO
A equipe brasileira terminou em 37º lugar na Olimpíada Internacional de Matemática, que reuniu competidores de 111 países no Rio de Janeiro na última semana. Com duas pratas, um bronze e três menções honrosas, o time nacional registrou a pior colocação desde 2000.
Em 2016, os brasileiros terminaram em 15º na pontuação geral por equipes, sua melhor colocação, com cinco medalhas de prata e uma de bronze. Em 2000, a equipe ficou em 48º lugar.
“O resultado ficou um pouco abaixo das expectativas. Mas o nosso objetivo não é chegar em 1º lugar. A grande questão é constituir um grupo de matemática que faça pesquisa em matemática”, disse Cláudio Landim, diretoradjunto do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada).
A equipe campeã foi a Coreia do Sul, cujos seis participantes obtiveram medalhas de ouro. Em segundo ficou a China, seguida do Vietnã.
A 58ª edição da IMO (sigla em inglês do evento) foi realizada no Brasil pela primeira vez. Os exames foram considerados dos mais difíceis. Numa das questões, nenhum concorrente obteve a nota máxima —ela distribuiu apenas 24 pontos entre os 623 alunos.
“Os programas 1 e 4 eram fáceis. Os demais não eram nem médios, eram muito difíceis. O 3 teve a menor pontuação na história da IMO”, disse João Vargas, que conquistou a medalha de prata com 21 pontos de 42 possíveis.
O time do Brasil foi selecionado pelo Impa e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) de um grupo de 30 alunos que vem recebendo treinamento intensivo desde o ano passado.
“Matemática não é uma disputa por isso [medalha]. Eles não estão aqui para trazer medalhas para o Brasil. Estão aqui para trazer algo para si mesmos”, afirmou o matemático brasileiro Artur Ávila, o primeiro latino-americano a receber a Medalha Fields, equivalente ao Nobel no setor.
Receberam medalhas de ouro 48 participantes, enquanto 90 obtiveram a prata e 153, bronze. Outros 222 ganharam menções honrosas.
Esta edição contou com a participação de Hafez Al-Assad, filho do ditador sírio Bashar Al-Assad. Ele, contudo, teve desempenho discreto. Foi o pior da equipe de seu país, tendo recebido menção honrosa, ficando em 528º no ranking geral, com 7 pontos.
Ao jornal “O Globo”, ele já havia dito que não era o melhor de sua equipe. Assad não quis falar com a imprensa neste sábado (22).