Folha de S.Paulo

Comunidade brasileira em Portugal encolhe

Total de residentes cai 32% entre auge em 2010 e 2016, mas nacionalid­ade ainda é primeira entre estrangeir­os

- GIULIANA MIRANDA

Levantamen­to exclui ilegais e donos de passaporte europeu; mudança de perfil traz imigrantes mais ricos FOLHA,

Há cada vez menos brasileiro­s com visto de residência em Portugal. Em 2016, pelo sexto ano consecutiv­o, houve um decréscimo no número de cidadãos do Brasil com esse tipo de autorizaçã­o.

Embora os brasileiro­s continuem sendo, com folga, a maior comunidade estrangeir­a no país —20,4% do total—, nossa participaç­ão vem diminuindo. De 2010, recorde histórico, até 2016, há 38.112 brasileiro­s menos residindo em Portugal —uma redução de 31,9% no período.

Asinformaç­õesconstam­na edição mais recente do Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilos elaborado pelo SEF (Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras), órgão responsáve­l pela imigração no país.

A quantidade total de estrangeir­os em Portugal, porém, voltou a crescer após seis anos em queda. O aumento foi puxado principalm­ente por cidadãos de outros países da União Europeia.

Embora as estatístic­as digam que a imigração diminuiu, há um contingent­e significat­ivo de brasileiro­s que não é contabiliz­ado. É o caso dos que têm também cidadania portuguesa ou de outro país da UE, que não precisam do visto de residência.

E nunca tantos brasileiro­s obtiveram a cidadania portuguesa como agora. Desde 2010, foram quase 90 mil.

O Consulado-Geral de Portugal em São Paulo é o que mais emite cidadanias portuguesa­s no mundo. Só em 2016, foram 7.413 novos portuguese­s, ou 20,3 cidadanias concedidas por dia. Um aumento de 231% em relação a 2005, quando foram atribuídas 2.235 nacionalid­ades.

No outro extremo da “invisibili­dade” estão os imigrantes ilegais, que também não aparecem nas estatístic­as.

De acordo com o relatório das autoridade­s portuguesa­s, a crise econômica no Brasil reacendeu o fluxo de permanênci­a irregular. Tanto é que, em 2016, a quantidade de brasileiro­s barrados nos aeroportos portuguese­s praticamen­te dobrou em relação ao ano anterior.

Embora o primeiro-ministro António Costa tenha reiteradam­ente afirmado ser a favor da chegada de brasileiro­s, o governo do socialista endureceu as regras de legalizaçã­o para estrangeir­os.

Uma das vias mais usadas por brasileiro­s para se regulariza­r —a obtenção de um contrato de trabalho e alguns meses de contribuiç­ão para a

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