Folha de S.Paulo

Negociante, viveu correndo atrás de tainha

- APARECIDA SCANDELAI DE LIMA - Neste domingo (30) às 19h, Paróquia N. Sra. Aparecida, r. José Bonifácio, 432, Jaboticaba­l (SP) CONSUELO PADRON FRANCO DADAJOSÉ DÁRIO DA CUNHA (1958-2017) ANTONIO MAMMI LUIZ BENISTOCK - Neste domingo (30) às 11h, setor B, qd.

José Dário da Cunha, o Zeca, largava tudo o que estava fazendo quando descobria que o mar estava para tainha. Da última vez, quase incendiou seu restaurant­e na praia do Campeche, em Florianópo­lis, com uma chaleira esquecida no fogão.

Filho de um lavrador de Caieira da Barra do Sul, comunidade de paisagem paradisíac­a a 40 quilômetro­s da capital catarinens­e, Zeca era bom em tudo que tivesse a ver com sobrevivên­cia: pescar, caçar, negociar.

Começou a trabalhar cedo, numa madeireira. Abriu uma mercearia no povoado, depois foi trabalhar como cobrador de ônibus.

Em 1984, com as economias que juntou contando o troco e cantando as paradas, abriu o Zeca Bar, restaurant­e que tocou até o fim da vida.

Não sabia ler nem escrever, mas era conhecido por ser um ótimo negociante. “A visão do velho era impression­ante. Estava sempre um passo à frente”, afirma o filho Eduardo, que o sucedeu na direção do negócio.

Na roda de amigos, fazia os outros gargalhare­m com seus causos de matuto. “O manezinho era tranqueira demais”, diz Eduardo.

Gostava de viajar o Brasil de ônibus, para pescar e caçar com amigos. Seu destino favorito era o Mato Grosso, para onde foi regularmen­te durante 18 anos.

No começo de julho, estava atrás de porcos-do-mato em Moraes Almeida (PA). Ao pegar um atalho no meio da mata, foi confundido com um animal por um colega e tomou dois tiros de espingarda.

Morreu no dia 3, aos 59 anos. Deixa mulher, dois filhos e três netos. coluna.obituario@grupofolha.com.br MATZEIVA - CEMITÉRIO

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