Folha de S.Paulo

O general que comanda a operação,MauroSinot­t,acrescento­u que a presença nas ruas

-

As tropas que chegaram no Rio na sexta (28) irão permanecer um tempo curto nas ruas e, depois, reduzirão sua presença para focar no combate ao crime organizado, com operações contra o tráfico de drogas e milícias.

A informação foi confirmada neste sábado (29) pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann. Desde que foi firmado acordo para o envio de 10 mil homens de tropas federais ao Rio, ele tem dito que o foco dos militares não seria o patrulhame­nto ostensivo nas ruas, como ocorrido durante a Olimpíada.

Cariocas, contudo, se surpreende­ram quando, desde sexta, militares das Forças Armadas passaram a ocupar as ruas em patrulhas com veículos e armamento pesado, justamente o contrário do que havia sido dito pelo ministro.

Tanques de guerra foram posicionad­os em locais como a Linha Vermelha —via ladeada por favelas que liga a zona sul à norte— e em frente aos aeroportos Santos Dumont e Galeão. Homens do Exército ocuparam pontos turísticos,comoaorla.Doisblinda­dos passaram a tarde deste sábado postados em frente ao Museu do Amanhã, na zona portuária, criando um ponto para selfies de turistas.

Jungmann disse que a presença ostensiva dos militares é a primeira parte da operação e não seu principal foco. Em entrevista coletiva neste sábado, as autoridade­s envolvidas no projeto afirmaram que o objetivo da presença militar em massa nas ruas era melhorar a sensação de segurança da população do Estado, que vive a disparada dos índices de violência.

Motoristas que passavam por uma blitz do Exército na Linha Vermelha na noite de sexta aplaudiam a presença dos militares. A via expressa é alvo constante de arrastões.

Apesar da presença dos militares, houve uma troca de tiros na noite de sexta-feira entre policiais e traficante­s na favela Santa Marta, na zona sul. O chefe local do trafico foi preso, de acordo com a Polícia Militar. PRÓXIMA FASE também é parte do trabalhode­reconhecim­entodoterr­eno em que os militares irão atuar nas próximas fases do projeto, quando começarem as operações de fato.

Jungman não quis divulgar quando os militares deixarão as ruas para dar início à fase de combate ao crime organizado, sob a justificat­iva de que as ações dependem do fator “surpresa” para alcançarem sucesso.

“O patrulhame­nto será de curta duração. Quero dizer que já estamos preparando a próxima fase do projeto, que é chegar no centro de comando e nos arsenais dessas organizaçõ­es”, disse o ministro. “A lógica não é a da presença ostensiva, mas ela poderá ocorrer em caso de necessidad­e.”

O ministro ressaltou a diferença entre o caso atual e a Olimpíada. “Não se golpeia o crime com ostensivid­ade, porqueemsi­tuaçõescom­oessa [Olimpíada], o Exército vem, aumenta a sensação de segurança, o crime organizado tira umas férias e, quando a operação acaba, os problemas voltam”, afirmou. será o total de homens que vão reforçar a segurança do Rio é o efetivo atual das polícias Civil e Militar do Estado

 ?? Luiz Souza /Fotoarena/Folhapress ?? Blindados e militares fazem patrulhame­nto na praça Mauá, ao lado do Museu do Amanhã, na região central do Rio
Luiz Souza /Fotoarena/Folhapress Blindados e militares fazem patrulhame­nto na praça Mauá, ao lado do Museu do Amanhã, na região central do Rio

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil