Folha de S.Paulo

Os jogos mais atraentes do Brasil

- JUCA KFOURI

O LÍDER invicto, com 12 vitórias e quatro empates, contra o quarto colocado do Campeonato Brasileiro, com sete vitórias, recordista de empates, sete, e duas derrotas.

Corinthian­s e Flamengo, à tarde, estremecem Itaquera com ares de decisão para os cariocas que, se perderem, ficarão a 15 pontos dos paulistas.

Em Porto Alegre, decisão para o Santos que, se vencer o favorito Grêmio, o desalojará da vice-liderança e não perderá totalmente contato com o Corinthian­s, hoje a dez pontos dele.

O organizado Timão entra em campo confiante, mesmo sem estrelas além do goleiro Cássio, mas com Jô em ótima fase e Balbuena em busca de ser o novo Gamarra –o zagueiro também paraguaio que brilhou com a camisa alvinegra em 1998/99.

No banco, Fábio Carille, que só pode ser comparado ao botafoguen­se Jair Ventura, capazes de levar seus times muito mais longe do que se supunha.

Do lado rubro-negro, as atrações Diego, Éverton Ribeiro e Guerrero (será ingênuo pedir à Fiel que não vaie o autor dos dois gols do bicampeona­to Mundial de Clubes da Fifa? Sim, será!), além de outro jovem treinador, Zé Ricardo, difícil dizer se valente ou medroso. Porque audacioso ou temeroso a ponto escalar o inseguro, mas experiente, goleiro Muralha contra o Santos.

O clássico brasileiro mais popular do Primeiro Mundo do futebol, o de número 129, mostra vantagem corintiana tanto no geral, 52 vitórias e 49 derrotas, quanto no Brasileirã­o, 24 a 21.

Até que a bola comece a rolar, o Corinthian­s é favorito. Depois quem sabe é o deus dos estádios.

À noite, Grêmio e Santos entram na arena tricolor pressionad­os pelo resultado em São Paulo.

Caso o Corinthian­s tenha perdido, com a possibilid­ade de voltar a se aproximar dele. Para os gaúchos a chance de ficar a cinco pontos.

Ao contrário, se o líder tiver vencido, ou mesmo só empatado, a pressão será para não perdê-lo de vista.

Independen­temente disso, os dois times de futebol mais vistoso do país têm tudo para disputar um lindo clássico –o de número 84 na história, com 34 vitórias santistas e 27 gremistas, 25 a 19 no Brasileirã­o.

Se na Pauliceia teremos o primeiro contra o quarto, nos Pampas o embate será entre o segundo e o terceiro colocados, como se fosse um cruzamento em mata-mata dos antigos regulament­os, felizmente encerrados, que misturavam fórmulas de campeonato­s com as de copas.

Cabe ao Flamengo não apenas lutar por sua sobrevivên­cia, mas manter acesa a luta pelo título, por mais que seus anfitriões repilam a hipótese com todas as forças de quem está invicto há 31 jogos, com 19 vitórias.

Pense: vai que o Corinthian­s ganhe e haja empate no sul; o Grêmio ficará a dez pontos e o Santos a 12 de distância, ainda no primeiro turno e faltando duas rodadas.

Será muito, não acontece nem em campeonato­s de um time só como quando o Bayern Munique dispara na Alemanha.

Se dissesse que no Corinthian­s joga o trio MRN, sim, o trio Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, vá lá, mas não.

O Alvinegro é um time comum com uma campanha mais que incomum, marciana mesmo.

Alguém tem de dar um paradeiro nisso.

Será hoje?

Dois embates reúnem os times mais populares e os de futebol mais franco do país. Um domingo especial

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil