Folha de S.Paulo

Livro mostra como expression­istas expurgavam as angústias pela arte

Movimento é tema do volume oito da Coleção Folha O Mundo da Arte, nas bancas no dia 6/8

- JULIANA CALDERARI

Influencia­do pelo trauma das guerras, estilo traz percepção de mundo sensível e um pouco neurótica COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Até hoje os historiado­res não têm consenso a respeito do que seja o expression­ismo. Em geral, o termo refere-se a um movimento cultural amplo surgido na Alemanha e na Áustria no início do século 20.

Em seu oitavo volume, nas bancas no próximo domingo (6/8), a Coleção Folha O Mundo da Arte explora as facetas desse movimento complexo e contraditó­rio.

Embora não pudesse ser definido como um “estilo”, o expression­ismo comunicava uma percepção de mundo particular­mente sensível e até mesmo um pouco neurótica, como se vê na obra do norueguês Edvard Munch.

Suas telas sinistras e angustiada­s, como a icônica “O Grito”, já expunham a angústia humana desde os anos 1890 e foram a principal influência para o desenvolvi­mento do movimento.

A angústia vinha de todo o conflito causado pelas rupturas da modernidad­e capitalist­a na Europa e pelo trauma deixado pela guerra FrancoPrus­siana (1870-1871) e pela Primeira Guerra (1914-1918).

Muitos artistas serviram nas frentes de batalha e retrataram o que viram. Caso de Franz Marc, Otto Dix e George Grosz, que foi internado num hospital psiquiátri­co após sofrer um colapso nervoso, assim como Max Beckmann.

No pós-guerra, o expression­ismo continuou a mostrar uma visão lúgubre da humanidade.Indivíduos­alienados, distúrbios de massa, caos e a violência brutal que assolavam as ruas e os cortiços influencia­ram boa parte da produção artística da época.

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