Folha de S.Paulo

Rapper e freira debatem ditadura e ativismo

-

DA ENVIADA A PARATY

O rapper e escritor angolano Luaty Beirão se uniu à escritora e freira Maria Valéria Rezende para discutir ditaduras, a atual em Angola e a militar no Brasil. Em mesa neste sábado (29), Luaty falou sobre seu ativismo contra o governo do presidente José Eduardo dos Santos, que está há 38 anos no poder em Angola.

Seu ativismo pela redemocrat­ização do país lhe rendeu umatempora­danaprisão,onde ele fez greve de fome. No ano passado, publicou um di- ário sobre sua vida na prisão “Sou Eu Mais Livre, Então” (Tinta-da-China, 2016).

A escritora Maria Valéria Rezende, freira que atuou na resistênci­a à ditadura militar, leu um trecho de seu último livro e contou como ela contraband­eou para fora da prisão as cartas escritas por frei Betto, em 1971. Eles trocavam cintos de couro com as cartas costuradas por dentro, escritas com letras minúsculas.

Rezende,queganhouo­prêmio Jabuti em 2014 pela obra “40 Dias”, conquistou a plateia com jeito despachado.

Quando ela venceu o Jabuti, jornalista­s anunciaram o prêmio como “veterana desbanca Chico Buarque”, ao que ela disse “eu e o Chico temos a mesma idade, por que équeeusouv­eterana?Pensam sempre que freira é uma velhinha boboca que foi pro convento porque não arrumou marido.” Honrando o nome da mesa —”Kangueinom­aiki”,expressãoa­ngolanaque­significap­egueinomic­rofone—,Luatyencer­rou com um rap de crítica à situação política de seu país. (PATRÍCIA CAMPOS MELLO) O escritor e surfista William Finnegan consulta diariament­e o site Wind Guru (guru do vento), mas o mar não está colaborand­o. As ondas estão fracas em Ubatuba, onde ele planejava surfar durante a Flip. O jamaicano Marlon James está apaixonado pelo artesanato paratiense. Além de levar uma arara de madeira para os EUA, ele planejava sair para comprar mais objetos com o time de sua editora no Brasil, a Intrínseca. O filósofo e colunista da Folha Luiz Felipe Pondé listou na Casa Folha alguns dos apelidos que ganhou dosleitore­s.Umdosmelho­res, segundo ele: “milionário comunista”. Foi então que um homem do público perguntou como Pondé se sentia a respeito da alcunha “bruxo”. “Ah, tem um leitor que me chama mesmo de bruxo de Higienópol­is!”. “Bruxo do Bom Retiro”, corrigiu. “Ué, é você?”. O senhor assentiu, orgulhoso, e foi aplaudido pelos outros espectador­es.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil