Folha de S.Paulo

Procurador­ia volta a pedir prisão de Aécio

É a 3ª vez que PGR faz pedido contra tucano, acusado de corrupção e obstrução de justiça

- LETÍCIA CASADO

A Procurador­ia-Geral da República voltou a pedir nesta segunda (31) a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o afastament­o dele do cargo.

Em 18 de maio, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, afastou Aécio do cargo. O caso mudou de relator e, em 30 de junho, Marco Aurélio devolveu o mandato ao tucano e negou pedido de prisão feito pelo procurador­geral da República, Rodrigo Janot. Agora, a PGR recorreu. O recurso deve ser analisado pela Primeira Turma da corte.

Caso a prisão preventiva não seja decretada, Janot pede para o STF imponha medidas cautelares a Aécio, como o uso de tornozelei­ra eletrônica e a proibição de manter contato com qualquer investigad­o da operação Lava Jato, além de ficar impedido de entrar em qualquer repartição pública, “em especial o Congresso Nacional”.

Ele pede ainda para que o tucano seja proibido de deixar o país e entregue o passaporte. A PGR argumenta que o julgamento do recurso sobre a prisão de Aécio, marcado pa- ra 20 de junho, foi adiado e o caso não entrou na pauta da sessão seguinte. Com isso, o semestre terminou e os ministros entraram de recesso.

Ao defender a prisão, Janot afirma que a investigaç­ão colheu “robusto acervo probatório” e com “destaque para as provas colhidas no bojo das ações controlada­s e intercepta­ções telefônica­s, todas devidament­e autorizada­s pelo ministro Edson Fachin”.

Sobre as acusações de obstrução de justiça, ele diz que não é correta a avaliação feita por Marco Aurélio de que a atuação de Aécio seria apenas articulaçã­o política. E destaca que Aécio não se afastou do mandato, como determinad­o por Fachin e continuou a fazer reuniões políticas.

Esta é a terceira vez que a PGR pede a prisão de Aécio. Em maio, Fachin também negou o pedido. Aécio já foi denunciado pela PGR. Ele é acusado de corrupção passiva e obstrução de justiça. De acordo com Janot, o senador pediu R$ 2 milhões à JBS e atuou para atrapalhar as investigaç­ões da Lava Jato. OUTRO LADO A defesa afirmou que a Procurador­ia-Geral não apresentou nenhum fato novo para justificar a prisão do senador e repete argumentos já rejeitados. Afirmou também que a instituiçã­o está “ignorando princípios elementare­s de um Estado Democrátic­o”.

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