Com calote menor, lucro do Itaú cresce 11%
Receita com tarifas também colabora para ganho de R$ 6,2 bi no segundo trimestre
O Itaú Unibanco teve crescimento de 10,7% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 6,2 bilhões, com ajuda do aumento da receita com serviços e tarifas bancárias e pela redução das provisões contra calotes de clientes.
Se comparado com os três meses anteriores, o lucro teve leve queda, de 0,1%. O resultado exclui receitas e despesas extraordinárias.
O recuo da inadimplência ajudou o banco a diminuir as provisões contra calotes de clientes. Em um ano, o indicador que mede atrasos superiores a 90 dias caiu de 3,6% para 3,2%.
Com isso, a reserva que o Itaú provisiona para devedores duvidosos caiu 21,9% em relação ao segundo trimestre de 2016, de R$ 6,4 bilhões para R$ 5 bilhões. Na comparação com os três meses encerrados em março, a provisão recuou 8,2%.
Foi o quinto trimestre consecutivo em que o banco diminuiu o dinheiro destinado a cobrir potenciais rombos de devedores duvidosos.
A combinação de queda de inadimplência e redução das provisões contra calote tem contribuído para melhorar os resultados dos maiores bancos privados do país nos últimos trimestres.
Bradesco e Santander Brasil, que divulgaram seus balanços na semana passada, também viram seu lucro líquido melhorar com a ajuda desses dois fatores. O do Santander cresceu 29% em relação ao mesmo período do ano passado, e o do Bradesco, 5,4%, para R$ 4,7 bilhões.
No Itaú Unibanco, o aumento do lucro foi favorecido ainda pela alta de 2,5% com receitas com serviços, especialmente com os referentes a cartão de crédito. CRÉDITO Em um ano, o Itaú Unibanco viu sua carteira de empréstimos encolher 3,6%, para R$ 552,4 bilhões.
As concessões diminuíram tanto para indivíduos quanto para empresas. As linhas de crédito para pessoas físicas sofreram queda de 1,8%, para R$ 179,4 bilhões.
A maior queda foi registrada pelo financiamento de veículos, que recuou 15,6% em um ano, para R$ 14,1 bilhões. A segunda maior retração veio do crédito pessoal, de 9,9%, para R$ 25,9 bilhões.
Em relação ao segundo trimestre de 2016, apenas cartão de crédito e financiamento imobiliário cresceram.
Para pessoas jurídicas, houve contração dos empréstimos, em linha com o que acontece nos concorrentes privados do Itaú. As concessões caíram 6,3% em um ano, para R$ 235,2 bilhões.
Foi o primeiro trimestre sob comando de Candido Bracher. Em maio, ele substituiu Roberto Setubal, que estava no posto de presidente-executivo do banco havia 23 anos. Setubal se tornou copresidente do conselho de administração do banco, junto com Pedro Moreira Salles.